Publicado em 24/04/2020 às 10:49, Atualizado em 24/04/2020 às 14:51

Sergio Moro pede demissão após troca de comando da Polícia Federal

Saída é reflexo da exoneração de Maurício Valeixo, homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato, do comando da PF por Bolsonaro no Diário Oficial desta sexta

R7,
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Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, anunciou durante um pronunciamento à imprensa a própria demissão nesta sexta-feira (24). A saída ocorre após o presidente Jair Bolsonaro exonerar o chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, braço-direito e homem de confiança do ex-juiz da Lava Jato.

A decisão de demitir Valeixo foi publicada nesta sexta no Diário Oficial da União e surpreendeu o agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. Foi ele próprio quem escolheu Valeixo para comandar a PF.

O agora ex-ministro disse que, desde o segundo semestre do ano passado, "o presidente passou a insistir na troca do diretor-geral da PF".

- Não tenho nenhum problema, mas eu preciso de uma causa relacionada a uma insuficiência de desempenho, erro grave [...] No geral, é um trabalho bem feito. Várias dessas operações importantes, de combate ao crime organizado e a corrupção, [...] o trabalho vinha sendo feito.

Moro completou dizendo que "não é questão do nome, há outros delegados igualmente competentes. O grande problema é que haveria uma violação à promessa que me foi feita, de ter carta branca, não haveria causa e estaria havendo interferência política na PF, o que gera abalo na credibilidade".

No começo do ano, o presidente disse que estudava a recriação do Ministério de Segurança Pública, o que tiraria o comando da Polícia Federal, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os três órgãos mais importantes, da pasta de Moro.

Em agosto do ano passado, o presidente disse que o diretor da PF era subordinado a ele e não a Moro, sinalizando que pretendia trocar o comando.

Valeixo foi indicado por Moro para a direção-geral da PF ainda em novembro de 2018, durante a transição presidencial. Ele era superintendente da Polícia Federal no Paraná, onde, assim como Moro, atuou na Operação Lava Jato.