Integrantes de acampamento rurais bloquearam trecho da BR-163 tem trecho, no km 465, próximo ao Aeroporto da Aviação Agrícola Teruel, na saída de Campo Grande para o Distrito de Anhanduí. No local, o congestionamento já passa dos três quilômetros e os manifestantes dizem que somente vão deixar a pista após reunião com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Conforme a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o trecho está interditado nos dois sentidos da pista. Duas viaturas acompanham a manifestação. A concessionária que administra a rodovia, CCRMSVia orienta que os condutores redobrem a atenção.
Cerca de 100 pessoas estão no protesto e dizem representar 200 famílias acampadas do Estado.
A reportagem apurou que o bloqueio está sendo organizado pelo MPL (Movimento Popular de Luta), que pedem o fortalecimento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Eles afirmam que o órgão está está "sucateado" há anos com redução de servidores diante da demanda.
O movimento quer que o setor de obtenção de terras seja recriado para garantir agilidade nos processos de vistorias e desapropriação de áreas improdutivas. A todo tempo, os manifestantes gritam "Reforma agrária quando? Já!".
A acampada Patrícia Luz, de 36 anos, disse que o grupo começou a marcha às 4h. "Vamos ficar até ter uma resposta por parte do Governo Federal e MDA [Ministério de Desenvolvimento Agrário]", garantiu.
Embora o MPL afirme que outras rodovias estão interditadas, até agora, a informação é que a BR-163, em Campo Grande, está interditada.
Entre os manifestantes, estão integrantes do acampamento São João Maria, com intenção de pressionar o Incra a iniciar o assentamento em Naviraí, a 359 quilômetros de Campo Grande. O grupo alega que “está nessa luta há mais de 16 anos” e que só vai liberar a pista após resposta do Incra.
Muitos condutores já saíram dos veículos e observam a manifestação, contrariados. O caminhoneiro Marcioli Maciel, de 41 anos, é o quarto na fila do bloqueio no sentido da entrada da cidade. Ele veio de São Bento, no Rio Grande do Sul, para descarregar carga de alimentos em Campo Grande. "Fomos pegos de surpresa, acho um absurdo esse tipo de movimento. Não sei a hora que vou conseguir chegar à cidade. Vai atrapalhar meu trabalho e a entrega dos alimentos".
O caminhoneiro Aderson Moraes, de 42 anos, veio da região Sul do País. “Enfrentei dois dias de estrada para chegar aqui e agora não sei quando vou descarregar. De repente, fecharam a rodovia. O caminhão da frente freou e tivemos que frear também. Se eu tivesse saído 5 minutos antes no café da manhã, teria conseguido passar. Se fosse gente de verde e amarelo, já tinham tirado da pista”, disse, revoltado com a situação.
O bloqueio, além do congestionamento, já provocou outros transtornos. A leitora Maria Onara Gomes enviou ao Campo Grande News um relato, dizendo que está no Terminal Guaicurus e deveria ir para Anhanduí, onde trabalha. "Fomos informados que a rotatória está fechada. O fiscal do terminal nos comunicou que o ônibus que nos levaria para Anhanduí estava preso do lado de lá e não estava passando”, contou.
O Campo Grande News entrou em contato com o superintendente do Incra em MS, Paulo Roberto da Silva e ele disse que ainda não tinha sido informado do protesto e que aguarda comunicado dos protestantes.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.