Publicado em 19/12/2020 às 10:25, Atualizado em 19/12/2020 às 14:42
Os alunos puderam vivenciar, na prática, um pouco da realidade proposta pela área da Psicologia Social, a partir de três grandes módulos
A ideia de desenvolver projetos sociais em diferentes instituições do município surgiu no ano de 2019, após a finalização de três semestres letivos de disciplinas na área das humanidades com alunos do curso de Administração da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), campus de Nova Andradina, pela professora Dra. Luciana Codognoto, docente responsável pelas disciplinas de Psicologia, Filosofia e Sociologia do campus. Neste ano, foi expandido, também, o projeto para o curso de Ciências Contábeis, visando trabalhar o processo de humanização dos alunos no contexto organizacional.
Os alunos puderam vivenciar, na prática, um pouco da realidade proposta pela área da Psicologia Social, a partir de três grandes módulos: o momento de visita à instituição, a elaboração do diagnóstico psicossocial e a preparação de um plano de intervenção junto à instituição. A ideia era fugir do assistencialismo e promover, através da teoria das disciplinas e da prática do projeto, a empatia dos alunos, chamando a atenção deles para realidades sociais muito distantes da que vivenciam.
Os alunos desenvolveram ações importantes durante os meses de agosto e novembro desse ano, seja preparando e entregando refeições às pessoas em situação de migração e de rua, seja acolhendo falas de pessoas marginalizadas socialmente. Um dos momentos mais marcantes, segundo a professora, foi quando uma aluna, em prantos, relatou um pouco de sua experiência com pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, ao ouvir de um senhor que “pedia a Deus para que chovesse, para que pudesse matar a sede com a água da chuva”.
Dentre as instituições ajudadas estão: a Ong Patinhas do Amor, com arrecadação de remédios e ração; a Casa do Migrante de Nova Andradina, com a elaboração e entrega de marmitas pelos próprios alunos às pessoas que buscavam abrigo na instituição; o Lar São José, com arrecadação de fraldas descartáveis, alimentos não perecíveis e leite; a Comunidade Católica Betel, com doações de alimentos não perecíveis e produtos de higiene pessoal, além de vários alunos que trabalharam na elaboração e entrega de cestas básicas às famílias carentes dos municípios de Nova Andradina e região, enquanto outros buscaram dar apoio aos imigrantes no município na emissão de documentos.
O projeto se estendeu também a outros municípios da região. Dentre as instituições envolvidas, estão: o Lar Santo Antonio, de Batayporã, com arrecadação de alimentos não perecíveis, e o Hospital de Anaurilândia, com doação de cestas básicas e produtos de higiene. Devido à pandemia, alguns dos alunos voltaram para suas cidades de origem, onde puderam desenvolver um projeto voltado à população em situação de rua na cidade de São Paulo, com a arrecadação de alimentos não perecíveis, confecção e entregas de marmitas e sucos para pessoas que estavam nas ruas da cidade.
Alguns projetos continuam sendo executados pelos estudantes para além da disciplina. Eles se sentiram tocados e mobilizados a dar continuidade as ações que vinham desenvolvendo, seja mantendo vínculos afetivos com a pessoas envolvidas no projeto, seja desenvolvendo ações posteriores, como é o caso da Ong Meraki, criada pelos próprios alunos e voltada ao trabalho com a população em situação de rua no estado de São Paulo. "Isso nos orgulha enquanto pessoas humanas e enquanto universidade, que devolve um pouco do conhecimento da sala de aula para o cotidiano, muitas vezes, invisível de muitas pessoas, atingindo resultados em outros estados e também em outros países, como Portugal," pontuou a professora.
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