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Anaurilândia se torna referência para grandes municípios de MS

Secretário de Meio Ambiente e Agronegócio de Três Lagoas esteve em Anaurilândia para conhecer práticas desenvolvidas no município

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Imagens: Divulgação

O secretário de Agricultura, Pecuária, Assuntos Fundiários e Meio Ambiente de Anaurilândia, Élcio Alves Moraes, recebeu na última semana técnicos da Prefeitura de Três Lagoas. A visita teve como objetivo apresentar as boas práticas de gestão do município para o setor, que tem se tornado referência para outras cidades.

Na ocasião, Moraes expôs os trabalhos desenvolvidos pela pasta, especialmente no apoio à produção de polvilho, mandioca de mesa e, também, de piscicultura de tilápias em tanques escavados. “São ações inovadoras que pautam o plano de governo do prefeito Edinho e que tem mudado a realidade dos produtores”, disse.

Durante a visita, os servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio da Prefeitura de Três Lagoas também tomaram conhecimento da obra de uma fábrica de processamento de mandioca de mesa, que já vem embalada, descascada e pronta para uso na cozinha de casa, que fica no Assentamento Esperança, um dos seis que integram a região.

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ANAURILÂNDIA INCENTIVA PRODUTORES

Moraes destacou que a fábrica tem incentivo municipal e conta com investimento de R$ 200 mil. “Estamos finalizando a construção do prédio da fábrica e, na sequência, devemos entrar com a aquisição de maquinários”, explicou. A visita também contou com a presença do secretário da pasta de Três Lagoas, Celso Yamaguti.

De acordo com o prefeito Edinho Takazono (PSDB), a previsão é que o empreendimento atenda cerca de 300 famílias da região de Anaurilândia e possa produzir cerca de cinco tonelas de mandioca por dia - pronta para consumo do mercado varejo. “São ações lideradas pelo Governo Municipal para alavancar o desenvolvimento de Anaurilândia”, resumiu o gestor.

Ainda no município, os técnicos de Três Lagoas também visitaram a propriedade do senhor Alan Lima Pereira, na Estância São Sebastião. Com foco na produção de leite, o produtor decidiu diversificar e hoje tem seis tanques de 10×40 metros de extensão que comporta o desenvolvimento de 1.500 tilápias cada.

Contando também com incentivo da Prefeitura de Anaurilândia, o produtor usa a técnica de tanque escavado, que é mais barato e simples de ser feito. “Um dos meus tanques foi a Prefeitura que fez em forma de incentivo. Nunca tinha feito isso antes, mas estou gostando, pois os tanques ocupam a mesma área que duas cabeças de gado leiteiro ocuparia e consigo vender os peixes à 6 reais o quilo bruto que, em 6 meses, daria um lucro bruto aproximado de R$ 32.400, sendo que nesse mesmo período teria um lucro bruto de R$ 7.200 com a produção de leite”, comentou Alan.

Segundo o gestor de Anaurilândia, a Prefeitura entra com maquinários e os produtores com equipamentos de uso dos tanques e o óleo diesel. “Damos auxílio na escavação com maquinários que seriam muito caros se fossem adquiridos pelos próprios produtores”, explicou Moraes.

“Esse é mais um projeto que estamos conhecendo de perto para ver a possibilidade de ser reproduzido e, por isso, fazemos essas visitas técnicas, pois nos auxiliam a ter um micro e macro de como é o funcionamento na prática e o que compensa ou não para as características da nossa região em Três Lagoas”, completou Yamaguti.

PRODUÇÃO DE POLVILHO

Seguindo a sua agenda de intercâmbio, Celso conheceu a Fábrica Vô Corinto, onde foi recebido pelo sócio proprietário Lindomar Martins da Silva e o seu filho, também gerente, Wellington Junior da Silva. O empreendimento consegue processar 120 toneladas de mandioca por dia que rendem uma média de 200 a 400 toneladas de polvilho mensalmente.

A região de Anaurilândia tem mais de 2.500 hectares de cultivo de mandioca, sendo que a maior parte da produção é destinadas a produção de polvilho e fecularias, tendo como principal cliente o mercado consumidor do Paraná e outras regiões próximas. “Esse setor concentra a produção de médios e grandes produtores”, segundo Lindomar, pois é algo depende de grandes extensões de terra para cultivo da mandioca, fora os custos de produção.

“O que achei interessante é que o próprio Lindomar que construiu os maquinários de processamento e recolhimento do produto seco. Após estar pronto, ele encaminha para o mercado do estado do Paraná em forma de bags [grandes sacolas]. Porém, estão buscando alternativas para envasar o polvilho em pacotes por quilo para inserir no mercado varejista”, explicou Celso.

COMPRA DE MANDIOCA PARA PROCESSAMENTO

Na visita, o sócio proprietário explicou que compra mandioca de outros produtores. “Hoje, conseguimos pagar cerca de 450 reais a tonelada, desde que produto seja entregue pelo produtor aqui na fábrica”, esclareceu.

Cada tonelada de mandioca rende cerca de 250 quilos de polvilho seco, mas depende do cultivo e época, sendo melhor entre maio e julho, pois o tubérculo se torna mais produtivo para polvilho. “Mesmo assim, é necessário pesquisa, pois nem todos os tipos de mandioca servem para produção de polvilho”, comentou Celso.

Para ter uma noção de volume, cada alqueire de terra (cerca de 24 mil metros quadrados), produz cerca de 80 toneladas de mandioca. “Por isso, fica aí a dica, se produtores de mandioca de Três Lagoas, que fica a 180 quilômetros de Anaurilândia, tiverem o interesse em comercializar seu produto com essa fábrica, podem manter contato com eles”, finalizou Celso.

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