Publicado em 01/12/2025 às 17:56, Atualizado em 01/12/2025 às 22:01
Atividade trouxe perspectivas jurídicas, sociais e educacionais para aprofundar o debate sobre racismo estrutural e cuidado equânime em saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de Batayporã promoveu, na última sexta-feira (28), a mesa-redonda "Equidade Étnico-Racial em Saúde: Estratégias de Enfrentamento ao Racismo no SUS", realizada na Câmara Municipal como parte da programação do Mês da Consciência Negra. O encontro aprofundou reflexões sobre práticas antirracistas e os desafios enfrentados no cuidado em saúde, envolvendo profissionais, gestores e comunidade.
O evento contou com a participação do prefeito Germino Roz, do vice-prefeito Cacildo Paião, do presidente da Câmara Municipal, vereador Fábio Mello e o presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Nova Andradina, Stênio Parron. Secretários municipais, vereadores e servidores da Saúde também estiveram presentes na agenda, que contou com grande adesão das equipes.
Ao abrir a atividade, o prefeito Germino Roz e a secretária de Saúde, Letícia Sanches, reforçaram a necessidade de fortalecer as políticas públicas de combate ao racismo. Ambos destacaram que o tema exige atenção contínua e não pode ser ignorado, sobretudo no âmbito do atendimento público. Segundo eles, reconhecer o impacto do racismo no cotidiano das pessoas é passo fundamental para promover um SUS mais justo, humano e equânime.
Mediação com olhar integral
A mesa-redonda foi mediada pela mestre em psicologia Sônia Rodrigues, coordenadora da equipe eMulti, que conduziu o diálogo sob uma abordagem holística e integradora, destacando como saúde, educação, território, história e relações sociais se entrelaçam na compreensão e no enfrentamento do racismo. Sua mediação contribuiu para articular os diferentes olhares das convidadas, enriquecendo a troca de saberes.
Palestrantes ampliaram perspectivas sobre racismo, saúde e direitos
A advogada Aline Oliveira Diniz, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB Nova Andradina e vice-presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial, apresentou um panorama sobre a formação do racismo estrutural no Brasil, contextualizando os marcos legais e as lutas históricas do movimento negro. Sua exposição evidenciou como o racismo institucional impacta o acesso e a qualidade do atendimento à população.
A advogada Solange Neves, servidora pública e integrante da Comissão de Igualdade Racial da OAB – 7ª Subseção, trouxe ao debate a realidade dos migrantes internacionais na região abordando vulnerabilidades, discriminação e desafios cotidianos enfrentados por essas populações, além de caminhos para o acolhimento humanizado e intersetorial.
Por sua vez, a assistente social Dra. Ana Paula Santos, profissional da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, apresentou dados atualizados sobre o acesso da população negra ao ensino superior, com destaque para indicadores da UFMS. Ela destacou as políticas afirmativas, como as bancas de identificação, e da formação continuada para fortalecer o SUS e garantir práticas equânimes em saúde.