“Esse vídeo é sem som, pela sua segurança”. Esta é a frase que inicia o vídeo idealizado pela juíza Bruna Tafarelo, da comarca de Angélica, e produzido pela Secretaria de Comunicação do Tribunal de Justiça de MS. As imagens começam agora a ser replicadas nas redes sociais do TJMS e pelo aplicativo de conversa Whatsapp, um dos mais acessados em tempos de isolamento social.
As mulheres que colaboraram para o vídeo, segundo a juíza, são integrantes de toda a rede de atendimento multidisciplinar de Angélica: servidoras do Poder Judiciário, do Ministério Público, do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), policiais civis e militares e servidoras da área de saúde.
“A ideia é inspirada no vídeo feito pelo Movielas - coletivo de mulheres profissionais das áreas de som e de imagem do audiovisual do Distrito Federal. O vídeo nos foi apresentado pela juíza Jacqueline Machado, presidente do Fonavid, que sugeriu a replicação nas comarcas do MS. Assim, sugeri às servidoras e a Amanda, assistente de gabinete, abraçou a ideia, entrou em contato com as demais mulheres da rede e organizou a distribuição das fotos”, relatou Bruna.
A juíza contou também que a grande surpresa foi a imediata adesão das mulheres convidadas, que prontamente aceitaram participar do projeto. “A união de mulheres para levar a outras mulheres informações que podem salvar vidas me deixou bastante emocionada. A sororidade é uma demonstração clara de que a rivalidade imposta pelo patriarcado tem cada vez menos espaço nas relações entre as mulheres, que passam a ser marcadas por empatia e apoio mútuo”, completou.
A juíza Bruna Tafarelo é colaboradora da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar em MS, comandada pela juíza Helena Alice Machado Coelho, e tem participado ativamente de iniciativas que visam levar informações sobre o combate a todo tipo de violência contra a mulher.
Recentemente, Bruna participou de uma live da Coordenadoria da Mulher, com a defensora Thais Dominato, para falar sobre os “Aspectos práticos da violência doméstica em meio à pandemia”.
As ações adotadas pela Coordenadoria da Mulher são resultantes do aumento expressivo de violência doméstica e familiar em razão do distanciamento social, quando muitas mulheres estão sendo obrigadas a conviver por mais tempo em casa com abusadores e não tem coragem ou condições de denunciar.
Na semana passada, a juíza Helena Alice divulgou um mapa da violência sofrida pelas mulheres no período de 20 de março a 20 de abril, quando foi decretada a pandemia resultante do coronavírus. Os dados mostraram o que já se sabia: a violência doméstica e familiar contra a mulher cresceu assustadoramente com o isolamento social.
Helena Alice destacou que o vírus não faz distinção de gênero, raça, etnia, classe social, entre outros marcadores sociais, contudo, os efeitos destrutivos do distanciamento físico e da quarentena efetivamente são maiores entre as mulheres e, dentre estas, as que sofrem violência no espaço doméstico, local que deveria ser de segurança e tranquilidade.
Compartilhe o vídeo. Divulgue para alcançar o máximo de mulheres. Pode ser que uma delas precise apenas dessa iniciativa para buscar ajuda.
Descrição – O vídeo é composto por mulheres segurando cartazes com informações direcionadas especialmente a mulheres vítimas de violência, que não conseguem quebrar o ciclo e denunciar seus agressores, além de pessoas próximas que convivem com a vítima e desejam ajudar.
“Se você está em casa com seu agressor, lembre-se que não está sozinha”, “Combine um código de emergência com pessoas que você conhece para avisar sobre uma situação de agressão” – são alguns dos dizeres que estão no vídeo, que disponibiliza o número 99987-9887 da viatura da PM de Angélica.
As protagonistas do vídeo mostram ainda outros contatos para denúncia de qualquer tipo de violência como o 190 da Polícia Militar; Disque denúncia 180; 3446-1125/99859-0679 do Creas; disque 100 do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e os sites www.naosecale.ms.gov.br e www.pc.ms.gov.br para denúncia on-line.
As mulheres que participam do vídeo em Angélica são a juíza Bruna Tafarelo, as analistas Amanda Gabriela da Silva de Souza, Maria de Fátima Teixeira Martins, Paula Rodrigues Soares Leite e Maria Sato, do Poder Judiciário; Tayla Windyla de Oliveira Souza e Beatriz Polizel Saltareli, do Ministério Público.
Da Polícia Militar participam Vanessa Almeida Aquino, Maria De Fátima Martins Gonçalves e Simoni Mascarenhas Montoro Noale; da Polícia Civil estão Juliana Cardoso Breguedo Falavino, Jucileia Cardoso Breguedo Bezerra e Elizabete Pereira da Silva.
Da área de Saúde faze parte Denise Fernanda Rigo, Karine Ellis Colussi e Marlene Correia da Silva Reginaldo; e do CREAS são Daniela da Silva da Tassoni, Ana Paula Ferreira Torres, Elisabete Morais Cotta Lima e Mirtes Telma de Lima Santos Silva.
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