A CESP – Companhia Energética de São Paulo deve encerrar o primeiro semestre deste ano com mais de 26 mil mudas nativas da Mata Atlântica doadas para a restauração ecológica do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, em Mato Grosso do Sul (PEVRI-MS). A iniciativa faz parte do projeto “Reconecta Alto Paraná – Restaurando corredores e unindo pessoas”, uma parceria da OSC (Organização da Sociedade Civil) Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, com a WWF-Brasil e apoio da Rede Gestora do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, da qual a UHE Porto Primavera faz parte.
A primeira doação ocorreu entre os dias 8 e 11 de abril, quando foram entregues cerca de 11 mil mudas. Já neste mês de junho, foram doadas mais 15 mil mudas nativas, aproximadamente, o que irá viabilizar o plantio em uma área de 24 hectares da Unidade de Conservação.
De acordo com a bióloga Ana Paula Ferreira da Silva, coordenadora de projetos da Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, está prevista a restauração de 60 hectares de áreas ecológicas da região, sendo a do PEVRI-MS a maior área contínua a ser recuperada. “O projeto tem como objetivo favorecer a conectividade dos habitats e a recuperação de áreas em locais estratégicos, criando corredores para favorecer o deslocamento de animais silvestres. Esta Unidade de Conservação, criada pela CESP e repassada ao Estado de Mato Grosso do Sul, possui muitas áreas que antes eram ocupadas por fazendas. Estamos retirando a braquiária [espécie de gramínea exótica utilizada na alimentação do gado] e fazendo o plantio de mudas nativas”, completa.
As mudas doadas pela companhia serão utilizadas em duas áreas da Unidade de Conservação: uma de preservação permanente (APP) e outra utilizada também para favorecer o turismo. Neste caso, serão cerca de 10,5 hectares restaurados para sombrear a trilha que dá acesso à Lagoa do Leite, tanto para o uso de visitantes quanto para animais silvestres.
Além da quantidade, a coordenadora também destacou a diversidade e qualidade das mudas doadas pela companhia. “Hoje, o Mater Natura trabalha em rede, inclusive temos a Rede de Gestores do Corredor de Biodiversidade do Rio Paraná, na qual atuam representantes da companhia. O trabalho de restauração exige um investimento alto e quanto mais afastada é a área, como é o caso do Parque do Ivinhema, maior o recurso necessário. Então, com parcerias como esta, conseguimos otimizar os recursos e, com isso, ir além nas atividades que estamos fazendo”, ressalta.
As mudas foram doadas por meio do Programa de Fomento Florestal, uma iniciativa voluntária da companhia, que assumiu o compromisso de realizar a doação de mudas nativas para proprietários rurais e instituições que tenham interesse em restaurar os ecossistemas, particularmente em áreas prioritárias para a conservação da fauna.
“A conservação da biodiversidade está no DNA da companhia. Acreditamos que a construção de um futuro melhor passa por ideias inovadoras e atitudes sustentáveis, o que inclui promover a restauração e proteção dos nossos recursos naturais. Hoje, conduzimos inúmeras iniciativas voltadas para a conservação do meio ambiente, que inclui o programa de Fomento Florestal, destaca André Rocha, gerente de Sustentabilidade e Operações da CESP.
Viveiros de Mudas
A CESP possui dois viveiros de mudas para atender o programa de Fomento Florestal e as iniciativas da companhia: um em Primavera (SP), também conhecido como Horto Florestal, e outro na UHE Paraibuna, em Paraibuna (SP). Juntos, eles têm uma capacidade produtiva anual de 2 milhões de mudas de mais de 200 espécies nativas da Mata Atlântica e do Cerrado.
Somente em 2021, foram doadas mais de 77 mil mudas, sendo 10 mil por meio da Campanha do Agasalho “Aqueça uma pessoa e resfrie o planeta”. Por meio dessa ação voluntária, a companhia doou três mudas de espécies nativas para cada peça de roupa entregue pelos colaboradores à campanha. Essas mudas foram repassadas à Instituição Conexão Mata Atlântica, que atua na restauração ecológica do Corredor Sudeste de Biodiversidade da Mata Atlântica Brasileira.
“Estamos na Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas (2021-2030), que é uma convocação para a proteção e revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, para benefício das pessoas e da natureza. Alinhada a esse objetivo, a CESP mantém o compromisso de colaborar com o reflorestamento, combater as mudanças climáticas, promover a manutenção dos recursos hídricos e reduzir o efeito estufa”, finaliza André Rocha.
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