Publicado em 23/10/2023 às 10:04, Atualizado em 23/10/2023 às 14:16

Com 14 km de congestionamento, PRF consegue liberar bloqueio em Campo Grande

MPL (Movimento Popular de Luta) ainda bloqueia três pontos no interior de MS contra "sucateamento" do Incra

Campo Grande News,
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Imagem: Foto: Henrique Kawaminami

Chegou a 14 quilômetros a fila de veículos que seguem de São Paulo a Campo Grande, na BR-163, quando policiais conseguiram negociar a liberação com integrantes de acampamento rural, que bloquearam trecho no km 465, na madrugada desta segunda-feira (23), próximo ao Aeroporto da Aviação Agrícola Teruel.

No sentido da saída da Capital, o congestionamento passou de 3 quilômetros, afetando o trânsito na Avenida Gury Marques. Outros dois grupos também fecharam rodovias entre Guia Lopes e Bonito; e Naviraí e Angélica, conforme o MPL (Movimento Popular de Luta), que organiza os bloqueios.

Os manifestantes vão aguardar a chegada do superintendente do Incra, Paulo Roberto da Silva, prevista para as 9h30, conforme negociado com agentes da PRF. Se ele não for até o local, a concessionária que administra a via, CCR MSVia, vai enviar um ônibus para levar os manifestantes ao encontro do superintendente. Se a reunião não ocorrer, o protesto será retomando com novo bloqueio da pista.

Os manifestantes que ocupam a BR-163 chegaram às 4h e afirmam que vão deixar a pista somente após reunião com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). São cerca de 100 manifestantes que pedem o “fortalecimento do Incra”.

Eles afirmam que o órgão está "sucateado" há anos com redução de servidores diante da demanda. O movimento quer que o setor de obtenção de terras seja recriado para garantir agilidade nos processos de vistorias e desapropriação de áreas improdutivas.

Caminhoneiros estão revoltados com a situação. Um deles tentou incitar um avanço sobre o bloqueio, mas não obteve apoio dos demais. Ambulâncias podem passar normalmente. Os manifestantes gritam "Reforma agrária quando? Já!".

Segundo o diretor do MPL-MS, Jonas Carlos da Conceição, os assentados esperam terras de reforma agrária há anos e são pressionados para deixar as margens das rodovias.

“O Incra não tem recurso, não existe um setor ainda de obtenção de terras, que é o que nós estamos pedindo, que o Incra tem que voltar com esse setor e ter orçamento para poder trabalhar novas áreas de assentamento e desapropriar o latifúndio improdutivo. Essa jornada vem nesse sentido, de denunciar essa morosidade, essa paradeira aí da reforma agrária. E que o Incra atenda as famílias e apresente um plano para poder assentar”, diz o diretor do MPL.