Publicado em 12/12/2022 às 09:02, Atualizado em 12/12/2022 às 13:07
A comunidade católica de Batayporã prepara, para esta terça-feira (13), às 19h, a tradicional celebração em honra à Santa Luzia, também conhecida como Santa Lúcia.
Como ocorre há vários anos, a missa acontece na capela que leva o nome da santa, localizada no prolongamento da Avenida Brasil, na Vila Militar.
Este ano, a igreja organizou também o tríduo, nos dias 10, 11 e 12, sendo que, neste dia 13, é a celebração principal, com a tradicional bênção dos olhos, já que Santa Luzia é invocada como protetora contra os males da visão.
A santa
Nascida por volta do ano 280, ela pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver virgem para sempre por amor a Deus.
Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém que não acreditava em Deus. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos por servir a Deus a todo custo.
Luzia vendeu tudo o que tinha, deu aos pobres e decidiu viver para servir ao Reino de Deus. Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo.
Cancelado o casamento, ele foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano, assim, a jovem foi levada a julgamento.
Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, porém, nem mesmo dez homens juntos foram capaz de levá-la.
Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Isso aconteceu no ano 304.
Somente em 1.894 o martírio da jovem Luzia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília.
A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV. Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V.
Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhosa.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo ficar cega do que renegar a fé em Cristo.
Para proteger as relíquias de Santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia.
Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1.204 para trazerem sua urna funerária.
Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa.
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