Em meio às restrições a abertura de lojas e do comércio devido a pandemia da covid-19, canteiros de obras continuam a funcionar com a adoção de medidas de higienização e segurança como uso de máscaras, álcool em gel e redução do número de trabalhadores nas obras para diminuir os riscos de contágio da doença.
Em Nova Andradina, a construção civil teve somente interrupções pontuais por um curto período em suas atividades, sem impacto significativo ao segmento até o momento. De acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), a uma expansão na oferta de vagas com carteira assinada.
Empresários do setor que atuam em empreendimentos públicos e privados confirmam que a construção civil está em alta.
De acordo com o construtor, Ari Teodoro Vieira (67), não se pode falar em crise. "Estou há 37 anos neste ramo em Nova Andradina. Dou emprego há 27 pessoas, alguns já trabalham comigo há mais de 20 anos. Somos uma família. Não falta serviço, pago meu funcionário em dia e posso dizer que conquistei uma estabilidade financeira".
O empresário conta que já ajudou muitas famílias a realizarem o sonho da casa própria e a levantar paredes de pequenos e grandes empreendimentos. O mais recente é a reconstrução do Supermercado Flor do Vale, que há alguns meses foi destruído por um incêndio. "Não tem cidade para a construção como Nova Andradina. Já passei por muita coisa, mas nunca teve uma crise no setor. Meu filho é formado advogado, mas sempre trabalhou comigo. Agora, vai fazer engenharia para dar continuidade ao nosso negócio", disse orgulhoso.
Já o proprietário da Domape Engenharia, Dorianey Peres, cujo foco de atuação é o setor público, disse que as obras já contratadas, cujo aporte de recursos está assegurado, não sofreram grandes paralisações. "Nas primeiras semanas de quarentena, houve um certo recuo na atividade por conta das restrições e exigências com relação ao trabalhador. Isso é natural, temos que cuidar e tomar as medidas para garantir a saúde de todos. No caso de Nova Andradina, o intervalo de restrição foi muito pequeno. As empresas se ajustaram e o impacto foi praticamente nulo", declarou.
O responsável pelas obras de construção do novo complexo do Hospital Regional, acredita ainda que é necessário a continuidade dos investimentos para manter a economia viva. "Sabemos que o setor público está atendendo, prioritariamente, as demandas na saúde e do emprego em função da crise global, mas os investimentos não podem parar. A economia precisa girar e, sem a injeção de recursos, o comércio e as indústrias não conseguem manter a empregabilidade, aí tudo trava e vem a recessão", avalia. E emenda: "Temos alguns empreendimentos em fase final de análise na Caixa Econômica Federal e prestes a serem aprovados. Esta é uma sinalização de que o setor está caminhando", relata o empresário que atua em todo estado de MS, com obras em cidades como Corumbá, Bataguassu, Inocência, Campo Grande, entre outras.
Falta mão-de-obra qualificada
O maior empecilho para alavancar de vez o crescimento da construção civil no munícipio tem sido a falta de mão-de-obra qualificada.
Segundo o engenheiro da Domape Engenharia, a empresa é obrigada a trazer trabalhadores de outros municípios para tocar algumas obras. "Muitos pedreiros preferem ficar a informalidade, fazendo bicos ou trabalhando em pequenas construções. Além disso, falta comprometimento e qualificação profissional. São problemas que temos que conviver todos os dias em Nova Andradina", avalia Peres.
Ari Teodoro também relata a mesma dificuldade. "Estou precisando de 4 pedreiros e serventes. Não estou conseguindo contratar. Pra driblar este problema tenho apostado na formação da minha equipe. Aqueles que se destacam e mostram que estão dispostos a trabalhar oferecemos uma oportunidade de crescer na nossa empresa", completa o construtor.
Diante da demanda existente, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado já desenvolve um estudo para disponibilizar cursos de formação de pedreiros e serventes.
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