Publicado em 03/03/2020 às 08:33, Atualizado em 03/03/2020 às 12:43
Pessoas que tiveram dengue contam relatam o sofrimento com a doença. Cerca de 70 servidores municipais voluntários participaram da ação em prol do meio ambiente e da saúde da população
A cabeleireira Pricila Mota, de 23 anos, moradora de Nova Casa Verde teve dengue no início deste ano. Há algumas semanas, uma amiga dela (Laura) foi parar na UTI com dengue hemorrágica - quando há alterações na coagulação sanguínea e risco de morte. Dois de seus vizinhos também já tiveram a doença recentemente.
"A gente sempre fica com medo de pegar dengue de novo, porque ela volta cada vez com mais força e não desejo as dores que senti a ninguém", disse Pricila.
A preocupação da manicure tem fundamento. Segundo especialistas, novas infecções impõem efeitos mais graves. Os anticorpos contra um vírus não protegem contra o outro e podem exacerbar os sintomas para um quadro hemorrágico. A pessoa tem anticorpos, mas esses anticorpos não a protegem. Se ela tiver dengue 1, fica protegida contra dengue 1, mas não contra dengue 2, 3 e 4. O quadro sintomático vai se complicar.
A moradora acredita ainda que o maior problema do distrito são os imóveis fechados e a omissão de alguns proprietários. "Aqui em Casa Verde tem muito quintal abandonado, casas desocupadas e terrenos baldios. Os donos não cuidam. Este trabalho de mutirão é muito importante porque elimina os criadouros e põe a população em alerta", avalia Pricila.
No último sábado (29), o Ecoponto Itinerante foi até Nova Casa Verde, para a promoção de um grande mutirão de limpeza de materiais inservíveis e descartáveis. Cerca de 70 servidores, entre profissionais da saúde e de todas as demais secretarias do município participaram da mobilização em prol do meio ambiente e da saúde da população.
A operadora da bobcat, Edna Chavier, fez parte deste grupo que dá suporte ao Ecoponto e conta que pegou dengue há cerca de 15 dias e ainda está se recuperando. "Eu mesmo peguei essa doença. A gente fica com o corpo doendo, é muito ruim. Então, vejo a importância de fazer essa limpeza em toda cidade para manter tudo limpo", ressaltou a motorista.
Para o servidor da secretaria de serviços públicos, Murilo, o morador que colabora com a limpeza da sua residência e do seu quintal, ajuda a si mesmo e ao próximo. "Estamos catando tudo que acumula água, lixo descartado irregularmente, móveis velhos. É um trabalho onde todos ganham e uns ajudam aos outros", declarou.
Foram retirados 6 caminhões lotados de galhos e entulho, além de 1.030 quilos de materiais reciclados.
A ação é uma realização da Prefeitura de Nova Andradina, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado em parceria com todas as demais secretarias de governo.
A terceira edição do Ecoponto Itinerante acontecerá no dia 14 de março, na região dos bairros Centro Educacional e Cristo Rei.
Registros de dengue
De acordo com o boletim da Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Mato Grosso do Sul, Nova Andradina registrou 1 óbito e 110 notificações de dengue, apresentando índice médio para incidência de dengue.
De acordo com o secretário Arion Aislan, o trabalho diário dos agentes de endemias e do combate ao mosquito aedes aegypti somados ao Ecoponto Itinerante e outras ações como a criação do Dengue ZAP, para denúncias de possíveis focos da dengue no município e solicitação de vistorias têm sido fundamentais para diminuir o ritmo de crescimento de novos casos.
"Alguns municípios já vivem uma epidemia de dengue. Aqui, começamos cedo a prevenção e o combate ao mosquito e vamos continuar firmes neste trabalho de casa em casa. Todos juntos no combate aos focos do mosquito da dengue! Manter a cidade limpa é tarefa de todos nós!"
Atendimentos de saúde
A equipe de enfermagem da ESF Nova Casa Verde fez 40 atendimentos de saúde durante a manhã de sábado. No total, foram realizados 8 exames cito patológicos (preventivos) e 32 testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatite B e C.