Publicado em 25/03/2020 às 15:16, Atualizado em 25/03/2020 às 19:21
O prefeito de Bataguassu, Pedro Arlei Caravina (PSDB) se manifestou contrário e lamentou o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, veiculado ontem, dia 24 de março, em rede nacional de televisão.
Em um dos trechos de sua fala, Bolsonaro criticou o alarmismo da imprensa e pediu o fim da quarentena por conta do novo Coronavírus (COVID-19).
Através de um vídeo publicado em suas redes sociais na tarde desta quarta-feira, dia 25 de março, Caravina disse que o presidente veio na contramão daquilo que o próprio Governo Federal vem pregando e destacou que mesmo diante dos fatos, os Decretos Municipais nº 056/2020, nº 062/2020 e 064/2020, que visam o enfrentamento a doença serão mantidos. "Vamos continuar com as restrições em Bataguassu, com o objetivo de manter esse vírus longe do nosso município. Continuo contando com o apoio de cada um de vocês", salientou o prefeito se referindo à população bataguassuense.
Até o momento, Bataguassu não possui nenhum caso suspeito nem caso confirmado da doença. Em Mato Grosso do Sul, por sua vez, já são 24 casos confirmados da doença (dados até 24/03).
Pela manhã, o presidente da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul) também repercutiu seu posicionamento em entrevista por telefone à TV Morena (Rede Globo de Televisão).
“Ele agiu mal. Todo mundo entendeu como um pronunciamento lamentável, destoado do cenário atual e contrário a orientação da OMS (Organização Mundial de Saúde) do seu próprio ministro (Luiz Henrique Mandetta, da Saúde). Acho que quando a gente lida com vidas não podemos agir com achismo. Então, os prefeitos, em quase a sua totalidade, lógico que alguns agiram a sua maneira, uns mais radicais, vão manter as suas ações para evitar a circulação de pessoas”, respondeu Caravina ao ser questionado como os gestores receberam a posição do presidente referente a pandemia da doença no país.
O dirigente municipalista disse ainda que a maior preocupação dos prefeitos nesse momento de crise mundial é com a economia, com reflexo negativo dos municípios por conta da paralisação quase que total do comércio e de outros setores.
O pronunciamento foi criticado por diversos políticos e gestores estaduais, como o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), deputados federais e senadores que representam Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional.