Pesquisa feita pela Iniciativa Nacional para a Preservação da Anta Brasileira (INCAB), ligada ao Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE), em Nova Andradina e região apontou mais uma ameaça a esses animais. Além da perda de habitat, atropelamentos e caça ilegal, as antas tem agora mais um inimigo, os agrotóxicos.
O levantamento foi feito entre os anos de 2015 e 2017 e publicado em 2021 pelo periódico Wildlife Research. “É como se as antas se alimentassem de veneno um pouco a cada dia, abastecendo uma bomba-relógio em seu próprio corpo”, comenta Patrícia Medici, coordenadora da INCAB e uma das autoras do trabalho.
Entre as áreas estudadas estão cerca de 2,2 mil quilômetros quadrados de plantio de cana-de-açúcar, entre Nova Andradina e Nova Alvorada do Sul, onde os indivíduos da espécie Tapirus terrestris estão sendo contaminados com aldicarbe (popularmente conhecido como “chumbinho”), diazinon, malathion, mevinphos, entre outras substâncias relacionadas a pesticidas, apontou a revista Galileu, que também repercutiu os resultados da pesquisa.
“De todas as antas avaliadas, 41% testaram positivo para produtos químicos. A alta prevalência de aldicarbe no conteúdo estomacal dos animais foi um resultado que chamou a atenção dos pesquisadores. Isso porque o "chumbinho" tem alto potencial toxicológico e, em decorrência dessa característica, foi banido em 2012 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para qualquer finalidade”, revelou a pesquisa.
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