Publicado em 15/03/2023 às 17:02, Atualizado em 15/03/2023 às 21:06

Grupo busca resgatar e preservar a história do município de Nova Andradina

Bárbara Ballestero, Redação Nova News
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Imagem: Arquivo Pessoal

Membros da sociedade civil, familiares de pioneiros da cidade, em conjunto com historiadores e professores universitários, estão em projeto de escrita e produção de materiais sobre a história de pessoas que fazem parte da formação histórica e social de Nova Andradina.

“Estamos em busca de pessoas que chegaram aqui até o ano de 1970, para que nos contem como foram suas experiências e trajetórias em Nova Andradina e como podem contribuir com, além dos relatos, documentos como cartas, fotografias e objetos históricos. Essas histórias poderão fazer parte do arquivo do Museu Municipal que está em reforma e tem previsão de reinaugurar no final deste ano,” afirmou uma das integrantes do grupo.

O grupo tem por anseio colocar o passado em tela, nas redes sociais e no museu, considerando que, além de poucas monografias e dissertações sobre o município de Nova Andradina, há muito a ser lembrado, memorizado e transmitido, sobretudo, recuperar objetos e materiais que fazem parte da história.

"Na concepção histórica é possível pensar que o passado é um elemento presente e se faz necessário realizarmos análises dos documentos e informações dos Livros Tombo da Igreja Católica, das fontes orais, fotografias, diários oficiais do Estado de Mato Grosso entre tantas formas de estudos que permitirão sabermos mais sobre Nova Andradina. É ainda necessário sabermos sobre a formação do Bairro Laranjal, que possivelmente teve seus primeiros moradores no final do século XIX, do Bairro São Rafael que recebeu a primeira missa nas terras que hoje pertencem ao município de Nova Andradina, sendo celebrada pelo Frei Luís. Os nordestinos que nos anos de 1950 em busca de novas possibilidades vinham para o sertão de Mato Grosso, mineiros e paulistas que na mesma década enxergavam as terras da Empresa Moura Andrade como a viabilidade de melhorarem financeira e socialmente com a extração de matéria prima como a madeira e também da agricultura e pecuária, dos paraguaios, do qual diversos relatos dizem que chegavam em quantidade de mais de 500 pessoas a trabalharem nas derrubadas, pessoas, que precisam ser ouvidas, ou mesmo, os filhos e filhas que representam as memórias a não serem esquecidas, transcritas e transcriadas como a história enquanto ciência exige, para que não se perca um passado tão relevante todos nós,” pontuou uma integrante do projeto.

O projeto de estudos sobre Nova Andradina está sendo escrito pelas pessoas envolvidas antes de ser totalmente colocado em prática, pois, segundo estas, é imprescindível ter método e metodologia de trabalho, compreendendo que o projeto não seja um ato oportunista, mas, de interesse comum à história do povo nova-andradinense, que tem ascendência nos povos originários, Ofayés, Xavantes, sulistas, sudestinos, nordestinos, estrangeiros, que compunham a formação social, situação que pode ser vista nos nomes de ruas, praças, logradouros, escolas e centro esportivos do município, homenagens realizadas com todo o carinho que essas pessoas merecem, mas, de forma peculiar, coadunar o passado com o bem cultural, deixar ao futuro do povo a marca de quem factualmente construiu cada espaço da cidade.