“Fome Ajuda”. Com essas duas palavras estampadas em um papelão, um jovem segue há semanas embaixo do semáforo que marca o cruzamento da Avenida Antônio Joaquim de Moura Andrade com a Rua Vearni Castro, na área central de Nova Andradina.

No semáforo ao lado, a faixa de pedestre se torna picadeiro para a apresentação de malabaristas em performances cronometradas, a fim de colher os possíveis dividendos na passagem do sinal vermelho para o verde.

Com o aumento no número da população de rua verificado nos últimos meses em Nova Andradina, os pedintes, que infelizmente acostumamos a ver, também continuam na região estendendo as suas mãos a cada parada dos veículos.

São brasileiros, venezuelanos, indígenas e famílias inteiras em busca de alguns trocados para vencer o dia. A Prefeitura de Nova Andradina chegou a criar um Comitê Municipal para Refugiados, Migrantes e Apátridas, visto que não há dados precisos sobre o número de estrangeiros em terras nova-andradinenses.

Já a Câmara de Vereadores, aprovou requerimento em busca de informações, oficiando a Secretaria Municipal de Assistência Social e Ministério Público Estadual, mas entre idas e vindas de papeis, a situação da população de rua segue a mesma, inalterada.

A realidade de Nova Andradina não é bem diferente das demais regiões do país onde cerca de 14,8 milhões vivem em busca de uma vaga de emprego. Deste total, segundo um levantamento do Banco Mundial,13,5 milhões se encontram, além de desempregados, em situação de extrema pobreza.

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