Publicado em 20/07/2020 às 15:28, Atualizado em 20/07/2020 às 19:35

Medicamento sugerido por vereadores de Nova Andradina já rendeu investigação no MPF

Amarelinho e Robertinho Pereira sugeriram a distribuição gratuita da Ivermectina, medicamento sem comprovação científica, para combate ao novo Coronavírus

José Almir Portela, Redação Nova News
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Foto: Divulgação

A distribuição gratuita do vermífugo Ivermectina, procedimento que os vereadores Amarelinho e Robertinho Pereira, ambos do MDB, querem adotar em Nova Andradina para combater o novo Coronavírus, já rendeu uma investigação do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual, em Tocantins.

A ideia sugerida pelos parlamentares é semelhante ao que foi desenvolvido em Tocantinópolis, onde a prefeitura iniciou uma distribuição em massa para a população, motivando o MPE e o MPF a abrir procedimento para apurar o caso, principalmente no que diz respeito a eventuais irregularidades na distribuição do medicamento sem contato do paciente com o corpo médico.

A Ivermectina é um vermífugo indicado para o tratamento em humanos de parasitas e piolhos, e que vem sendo um dos medicamentos já existentes pesquisados no combate ao novo coronavírus. A publicidade em cima do remédio surgiu após resultados positivos da Universidade Monash, na Austrália, onde pesquisadores atestaram a eficácia da Ivermectina contra o coronavírus em testes in vitro.

Todos os resultados até agora, no entanto, foram em células dentro de laboratórios. Conforme a própria universidade, ainda não há informações suficientes sobre o uso do vermífugo em humanos com covid-19, e essa é a fase seguinte da pesquisa, que está em curso. Antes de resultados confiáveis em pessoas, a automedicação com a Ivermectina não é recomendada para pacientes com sintomas ou na forma de prevenção.

A Sociedade Brasileira de Infectologia publicou uma nota pública em que alerta sobre a prescrição de substâncias que ainda não foram suficientemente testadas contra a Covid-19. “Muitos dos medicamentos que demonstraram ação antiviral in vitro (laboratório) não tiveram o mesmo benefício in vivo (seres humanos). Só estudos clínicos permitirão definir seu benefício e segurança na covid-19".

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