Na contramão da média nacional, a economia de Mato Grosso do Sul vai crescer 8,8% em 2020 em relação ao período pré-crise. Será o terceiro melhor resultado do Produto Interno Bruto (PIB) entre os estados brasileiros. O levantamento é da Tendência Consultoria Integrada.
Isso coloca Mato Grosso do Sul em um grupo muito seleto. Em todo o território nacional, somente 12 estados e o Distrito Federal vão terminar com o PIB acima do nível pré-crise. Os outros precisarão de mais tempo para recuperar o tamanho da economia antes da recessão, em 2013 e 2014.
O PIB brasileiro fechará o ano 1% abaixo do nível pré-crise. Os piores resultados são esperados para Bahia (-5,6%), Rio Grande do Norte (-6,9%), Amapá (-7,2%) e Sergipe (-7,3%). O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em determinada localidade.
Apenas dois estados terão crescimento ainda maiores que o de Mato Grosso do Sul: Mato Grosso (12,6%) e Roraima (11,6%). Economias importantes como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro não conseguiram superar a crise e vão terminar com resultado negativo.
Já o índice positivo de Mato Grosso do Sul reflete – em boa parte – à política de desenvolvimento econômico, com o fomento à modernização, uso da ciência e tecnologia e aumento da produtividade agropecuária e a uma série de medidas de austeridade do governo estadual, com as reformas administrativa e previdenciária e a renegociação de contratos e da dívida.
O governador Reinaldo Azambuja avalia que só foi possível superar a dificuldade e continuar a fazer obras importantes para a população durante a crise por conta de medidas duras e impopulares. “Eu enfrentei aqui pautas extremamente duras, mas necessárias. Quem governa tem que ter coragem para enfrentar, mesmo sendo impopulares, para conseguir fazer mais do que apenas pagar o salário do funcionalismo, a despesa previdenciária e o serviço da dívida. Graças as medidas que tomamos conseguimos fazer entregas. O Valor Econômico colocou o estado como quarto em investimento. E o que vale para a população é investimento. É saúde, educação, segurança, infraestrutura”, diz.
“Mato Grosso do Sul é o terceiro Estado com maior capacidade de recuperação do PIB e isso se deve aos fundamentos de nossa economia”, analisa o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck.
“O agronegócio sofreu muito com a crise e tem apresentado uma recuperação exuberante. Colhemos safra recorde de milho ano passado, nesse ano teremos safra recorde de soja. Além disso, cabe destacar a diversificação das atividades com retomada da produção sucroenergética, do eucalipto, e o PIB da agroindústria que também contribuiu muito”, completa Verruck.
Estudo da Semagro mostra que, em 2015, quando o Brasil entrou em crise, o PIB de Mato Grosso do Sul teve queda de -0,27% e no ano seguinte, novo tombo de -2,63%. A partir de 2017 teve início a recuperação com forte crescimento de 4,88%. Para 2018 o índice previsto é de 2,86%, mais 2,23% em 2019 e 3,36% em 2020.
Beneficiada pelo câmbio desvalorizado e pelo avanço da agropecuária, a região Centro-Oeste foi a que menos sofreu durante a crise econômica, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. A expectativa é que a economia avance 2,4%. Apenas Goiás, que ainda vive intensa crise fiscal, continuará abaixo do nível pré-crise.
A recuperação da economia de Mato Grosso do Sul vai permitir, em março, o lançamento de um pacote de obras nos 79 municípios do Estado, por meio do programa Governo Presente. O governador Reinaldo Azambuja afirma que irá atender as demandas municipais, sem viés ideológico, beneficiando todas as cidades, independentemente de questões partidárias.
Comentários
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.