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Nova Andradina – Criança é transferida para Campo Grande sob suspeita de dengue hemorrágica

Garoto de 10 anos está na UTI do Hospital Cassems da Capital

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Imagem: Reprodução

Um garoto de 10 anos e 11 meses, residente em Nova Andradina, foi transferido nesta quinta-feira (13) para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Caixa de Assistência ao Servidor do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems) de Campo Grande sob suspeita de dengue hemorrágica.

Segundo informações apuradas pelo Nova News junto ao secretário municipal de Saúde, Arion Aislan, o caso é qualificado como uma suspeita até que haja a liberação do laudo do exame realizado pelo Laboratório Central (Lacen), o que deve ocorrer nos próximos dias.

“A criança está sendo atendida pela rede particular e, certamente, a transferência para Campo Grande se deu pelo fato de equipe médica poder oferecer, na Capital do Estado, suporte mais especializado caso o diagnóstico seja confirmado”, explicou.

Até a tarde desta sexta-feira (14), o garoto seguia internado, sendo monitorado. Ele está sendo acompanhado de perto pela mãe.

Outra situação

Uma adolescente de 17 anos, também residente em Nova Andradina, teve diagnóstico positivo para dengue. Segundo a mãe, o exame foi feito em um laboratório particular e o resultado ficou pronto nas últimas horas.

Nas palavras da família, após a garota passar mal, os pais decidiram fazer o exame por conta própria, descobrindo a dengue.

“Minha filha recebeu atendimento médico e agora está em casa. Todos os dias monitoramos sua saúde e percebemos certa redução no número de plaquetas presentes no sangue, o que levanta a suspeita de uma evolução para dengue hemorrágica”, disse a mãe ao Nova News.

Segundo a família, a adolescente está em casa, sendo medicada e recebendo os devidos cuidados. “Estamos muito preocupados. Espero que ela se recupere o mais breve possível”, disse a mãe.

As identidades dos pacientes citados nesta reportagem bem como de suas famílias foram preservadas pelo Nova News.

Morte

Uma morte por dengue hemorrágica foi confirmada no município nos últimos dias. Célia Alves, de 52 anos, residente em Nova Andradina, faleceu no dia 25 de janeiro. Na ocasião, amostras foram coletadas e encaminhadas ao Laboratório Central, em Campo Grande, que divulgou o laudo no dia 28 de janeiro, confirmando a doença como causa da morte.

Alerta

O secretário municipal de Saúde, Arion Aislan alerta a população para manterem os quintais limpos, combatendo possíveis focos do mosquito transmissor.

Outra recomendação do gestor à população é evitar a automedicação. “Remédios à base de ácido acetilsalicílico (AAS) podem ser fatais em caso de dengue porque atrapalham a coagulação do sangue, transformando dengue comum em hemorrágica.” alertou.

A doença*

O que é dengue?

Dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus. Arbovírus são vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. O período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, mas é importante manter a higiene e evitar água parada todos os dias, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as melhores condições para se desenvolver.

Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis, porém as pessoas mais velhas têm maior risco de desenvolver dengue grave e outras complicações que podem levar à morte. O risco de gravidade e morte aumenta quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.

Quais são os sintomas da dengue?

Os principais sintomas da dengue são:

• Febre alta > 38.5ºC.

• Dores musculares intensas.

• Dor ao movimentar os olhos.

• Mal estar.

• Falta de apetite.

• Dor de cabeça.

• Manchas vermelhas no corpo.

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele.

Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

São sinais de alarme da dengue os seguintes sintomas:

• Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome.

• Vômitos persistentes.

• Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico).

• Sangramento de mucosa ou outra hemorragia.

• Aumento progressivo do hematócrito.

• Queda abrupta das plaquetas.

Dengue tem cura?

A dengue, na maioria dos casos, tem cura espontânea depois de 10 dias. A principal complicação é o choque hemorrágico, que é quando se perde cerca de 1 litro de sangue, o que faz com que o coração perca capacidade de bombear o sangue necessário para todo o corpo, levando a problemas graves em vários órgãos e colocando a vida da pessoa em risco.

Como toda infecção, pode levar ao desenvolvimento Síndrome de Gulliain-Barre, encefalite e outras complicações neurológicas.

Transmissão da dengue

A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Após picar uma pessoa infectada com um dos quatro sorotipos do vírus, a fêmea pode transmitir o vírus para outras pessoas. Há registro de transmissão por transfusão sanguínea.

Não há transmissão da mulher grávida para o feto, mas a infecção por dengue pode levar a mãe a abortar ou ter um parto prematuro, além da gestante estar mais exposta para desenvolver o quadro grave da doença, que pode levar à morte. Por isso, é importante combater o mosquito da dengue, fazendo limpeza adequada e não deixando água parada em pneus, vasos de plantas, garrafas, pneus ou outros recipientes que possam servir de reprodução do mosquito Aedes Aegypti.

Em populações vulneráveis, como crianças e idosos com mais de 65 anos, o vírus da dengue pode interagir com doenças pré-existentes e levar ao quadro grave ou gerar maiores complicações nas condições clínicas de saúde da pessoa.

Como é feito o tratamento da dengue?

Não existe tratamento específico para a dengue. Em caso de suspeita é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico.

A assistência em saúde é feita para aliviar os sintomas. Estão entre as formas de tratamento:

• fazer repouso;

• ingerir bastante líquido (água);

• não tomar medicamentos por conta própria;

• a hidratação pode ser por via oral (ingestação de líquidos pela boca) ou por via intravenosa (com uso de soro, por exemplo);

• o tratamento é feito de forma sintomática, sempre de acordo com avaliação do profissional de saúde, conforme cada caso. (*As informações sobre a doença são do Ministério da Saúde). 

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