Publicado em 15/11/2021 às 14:25, Atualizado em 15/11/2021 às 18:51
O presidente da Cooperativa Agroindustrial Vale do Ivinhema (Coopavil) e que também é titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Integrado (SEMDI), Hernandes Ortiz, compareceu na tarde desta segunda-feira (15) na 1º Delegacia de Polícia Civil de Nova Andradina para o registro de um boletim de ocorrência por preservação de direito e, na saída, falou ao Nova News sobre o impasse com relação ao preço do leite pago aos produtores na região.
Boletim de ocorrência
Ortiz disse que foi até a unidade policial fazer o registro do boletim por imaginar que algo possa lhe acontecer, após ter acesso a conversas em grupos de WhatsApp nas quais alguns produtores de leite da região teriam dito que ele merecia um ‘corretivo’.
“Quando eu participei de uma reunião organizada pelos produtores no sábado (13), os líderes do movimento não me deixaram falar. Toda vez que eu ia fazer uso da palavra, eles instigavam o povo a gritar e vaiar e, agora, circula nestes grupos que alguns deles estariam me prometendo um ‘corretivo’. A gente está tentando tratar de negócios e alguns já querem levar para o lado pessoal, insinuando agressões físicas. Isso é lamentável”, disse o presidente da Coopavil.
Direito à coleta
Ortiz disse que também registrou, em data anterior, boletins de ocorrência por preservação de direito amparando os funcionários que fazem a coleta a entrarem nas propriedades cujos produtores queiram fornecer o leite.
“Nossos caminhões também tiveram, nesta segunda-feira (15), escolta das equipes da Polícia Militar tanto em Nova Andradina quanto em Bataguassu, garantindo que o trabalho fosse realizado com segurança. Entendemos que uns produtores não podem proibir os demais de venderem o produto. Cada um sabe da sua realidade”, pontuou.
Preço do leite
Sobre o preço pago pelo litro do leite ao produtor, Hernandes disse que a queda é algo nacional e não representa um fato isolado em Nova Andradina. Ele explicou que o preço oscila de R$ 2,10 a R$ 1,88, dependendo do volume e demais critérios que regem a tabela, sendo que, houve a cogitação da redução de R$ 0,15 para os próximos meses.
“A indústria está trabalhando no vermelho faz tempo. A crise gerada pela pandemia e por outros fatores tem feito com que a população substitua os lácteos por outros produtos e isso gera uma retração no mercado. Seguramos o quanto deu, tentamos reduzir as despesas ao máximo tanto para não aumentar o preço para o consumidor final quando para não reduzir o montante pago ao produtor, mas essas oscilações são inevitáveis”, disse ele.
Ortiz afirmou que solidariza com classe, mas que não concorda com a forma como alguns produtores estão agindo ao protestar. “Venho de família produtora de leite e sou produtor de leite. Entendo que a luta da categoria é legítima, mas convenhamos que impedir os caminhões de fazer a coleta de quem quer fornecer e jogar o produto fora despejando-o no chão enquanto tantas pessoas passam fome, na minha opinião, não é uma maneira inteligente de resolver a situação”, disse ele.
Reunião
O presidente da Coopavil disse ainda que uma reunião, exclusiva para associados da cooperativa, está marcada para às 17h desta terça-feira (16), na fábrica de ração da empresa, próximo ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), em Nova Andradina para que o assunto seja debatido.
“Se todos os associados decidirem suspender a entrega, a cooperativa vai apoiar, mas queremos que sejam respeitados os direitos de quem, por livre vontade, deseja continuar fornecendo o produto. Talvez para alguns, deixar de entregar o leite por determinado período possa não fazer tanta diferença no orçamento, mas para outros, 100% da renda da família vem da ordenha”, pontuou.
SEMDI
Como titular da SEMDI, Hernandes Ortiz disse que tem empreendido esforços para ajudar a classe produtora de Nova Andradina.
"Inclusive viabilizamos insumos para alimentação do rebanho nas épocas de estiagem", finalizou ele ao pontuar que, por outro lado, não é de competência da sua secretaria tabelar o preço do leite.
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