Publicado em 25/08/2020 às 07:21, Atualizado em 25/08/2020 às 11:43
Via segue interditada desde dezembro de 2019
O promotor de Justiça da Comarca de Nova Andradina, Alexandre Rosa Luz, se declarou sob suspeição para atuar no caso da queda da ponte sobre o Córrego Umbaracá, no anel viário de Nova Andradina.
Segundo o Jornal Midiamax, de Campo Grande, a Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, após tomar conhecimento sobre o caso da ponte, solicitou providências sobre questão.
Ao receber o pedido do procurador e ouvidor do Ministério Público, Olavo Monteiro Mascarenhas de Moraes, em documento datado de 20 de agosto deste ano, o promotor Alexandre Rosa Luz, da 1ª Promotoria de Justiça se declarou sob suspeição.
“Dou-me por suspeito para tratar dessa situação e solicito que após as comunicações necessárias, encaminhe-se os autos ao substituto automático”, afirmou o promotor em despacho assinado no dia 21 de agosto.
A reportagem informa que o promotor não deu explicações sobre quais seriam os motivos da declaração de suspeição.
O Midiamax apurou que há relatos de estreita aproximação entre o promotor, o secretário municipal de Infraestrutura, Júlio César Castro Marques, que é seu amigo pessoal, e também com o prefeito de Nova Andradina, Gilberto Garcia.
Segundo Termo de Referência, assinado em 20 de junho, e que estabelecia prazo de seis meses para a conclusão da obra, para reconstruir a ponte, a Prefeitura Municipal teria que desembolsar cerca de R$ 1,5 milhão.
Conforme já noticiado pelo Nova News, a alça do anel viário que liga a MS-134 (saída para Batayporã) à MS-276 (saída para Ivinhema) e MS-473 (saída para Taquarussu) está interditada desde dezembro de 2019, quando uma forte chuva agravou um processo erosivo existente no local, causando o comprometimento da estrutura da ponte sobre o Córrego Umbaracá.
Desde então, o fluxo de caminhões e carretas foi desviado para a área urbana de Nova Andradina, causando transtornos a condutores e moradores e tornando o tráfego mais perigoso em trechos da Avenidas Eurico Soares de Andrade (saída para Batayporã); Avenida Ivinhema; Rua Espírito Santo e Avenida Antônio Joaquim de Moura Andrade (saída para Ivinhema).
Ponte já apresentava problemas
No mês de maio deste ano, o Nova News já havia produzido uma reportagem sobre danos que eram percebidos na base da ponte. Embora leigos, leitores acionaram o site para denunciarem a aparente insegurança da obra.
Na ocasião, era possível observar a ocorrência de um processo erosivo, sendo que, algumas partes concretadas, que teriam como função proteger os pilares de sustentação, acabaram se soltando, deixando as fundações da ponte expostas.
Naquele mesmo mês, o Nova News falou com o secretário municipal de Infraestrutura, Júlio Marques. Ele informou que o problema seria corrigido. Na época, Marques explicou a existência de três estudos sobre o caso e disse que um processo licitatório estaria em tramitação para que a manutenção fosse realizada.
Em outubro de 2018, a ponte havia sido interditada por alguns dias para realização de manutenção. Naquela oportunidade, fortes enxurradas teriam afetado o aterro, que cedeu. Na ocasião, a empresa responsável pela obra foi notificada pela Prefeitura Municipal e os reparos executados.
A alça do anel viário foi inaugurada em junho de 2018. A via estava interditada desde fevereiro de 2015, quando uma forte chuva destruiu o trecho. A reportagem apurou que a referida ponte foi construída pelo município através de recurso oriundo do Ministério da Integração Nacional.
Providências
Devido à queda da ponte do anel viário e outros danos causados pela chuva naquele momento, o Poder Executivo de Nova Andradina decretou situação de emergência.
Em junho deste ano, o secretário de Infraestrutura, Júlio Cesar Castro Marques, explicou ao Nova News que o município havia solicitado a realização de uma perícia judicial na ponte para obtenção de um laudo oficial sobre o motivo do desmoronamento da edificação.
Naquela ocasião, o secretário disse ainda que, de forma paralela a isso, o município havia entrado com uma ação contra a empreiteira que executou a obra, para que ela também se responsabilizasse e colaborasse com a resolução do caso. (Com informações do Midiamax).
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