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Projeto do IFMS em Nova Andradina aborda carreira científica para mulheres

Em andamento no campus, iniciativa busca fomentar o debate entre as alunas da rede estadual de ensino do município

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Conteúdo para as redes sociais, divulgando trabalho de cientistas notórias, é uma das ações do projeto - Imagem: Divulgação

Destinado a debater e a incentivar o interesse das estudantes da educação básica da Rede Estadual de Ensino, para as áreas de ciência e tecnologia, o Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) promove desde o ano passado o projeto de extensão “De mulheres para meninas: tecendo redes e projetando carreiras na Ciência e Tecnologia”.

Contemplada no edital n° 44/2020 – voltada ao apoio à participação e formação de mulheres extensionistas nas ciências exatas, engenharias, tecnologias e computação – a iniciativa se baseia em várias ações com o enfoque nas áreas de Agronomia e Análises de Sistemas, dois dos cursos de graduação ofertados na unidade.

O projeto também busca aproximação entre a instituição e a comunidade externa por meio do intercâmbio de saberes.

Entre as ações do projeto estão a produção de conteúdo, para divulgação em redes sociais e utilização em sala de aula, sobre mulheres que obtiveram papel de destaque na ciência; oficinas virtuais e transmissão ao vivo sobre temas relacionados às ciências agrárias e tecnologia; e entrevistas com servidoras do campus sobre suas experiências no mundo científico.

Também foi realizada uma mesa-redonda sobre o tema, ocorrida durante a última edição da Semana de Ciência e Tecnologia do IFMS.

A coordenadora do projeto, Yasmine Theodoro, docente de Sociologia da unidade, destaca que a iniciativa se situa dentro de uma retomada histórica, sobretudo, nos últimos dez anos, que resgata e valoriza a atuação das mulheres cientistas como protagonistas. “Esse processo decorre dos avanços das lutas feministas e das políticas de educação para a equidade de gênero no país”.

“No entanto, sabemos que há muito a ser feito, principalmente, quando analisamos a pequena quantidade de mulheres atuando nestas áreas. Por isso, esperamos que o projeto possa contribuir no sentido de oferecer instrumentos para uma educação pautada na equidade de gênero e que eles sirvam como válvulas impulsionadoras para tecer redes e construir carreiras de futuras cientistas”, explica. 

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Iniciativa prevê entrevistas com servidoras do campus contando suas trajetórias científicas - Foto: Campus Nova Andradina

Pesquisa – A equipe que atua no desenvolvimento do projeto é composta por 11 estudantes dos cursos técnicos integrados e de graduação, sendo três deles bolsistas de extensão. Participam ainda outros sete servidores do campus e dois professores da comunidade externa, vinculados à Escola Estadual Fátima Gaiotto Sampaio.

Além de divulgar a trajetória das cientistas, o projeto coloca as participantes em contato com a carreira e produção acadêmica das personagens.

Ana Cláudia dos Santos, 21, é uma das bolsistas. A acadêmica do 7° semestre de Agronomia cita o trabalho da pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maria de Fátima Grossi, e da matemática estadunidense, Gladys West, como os que mais chamaram sua atenção.

“A primeira é uma grande pesquisadora sobre a resistência de doenças de plantas, enquanto que a segunda desenvolveu uma modelagem para criação do GPS. São mulheres que quebraram obstáculos e é sempre bom conhecer a história dessas cientistas”, comenta.

Outra bolsista, Maria Rita Breve, 20, que cursa o 5° semestre em Agronomia, destaca a atuação da pioneira da pesquisa agropecuária brasileira e indicada ao Prêmio Nobel, Johanna Döbereiner, e da física brasileira, Sonia Guimarães, primeira negra a se tornar doutora na área no país.

“A Johanna, por ser engenheira agrônoma e ter feito várias descobertas relacionadas a fixação biológica de nitrogênio em leguminosas, e a Sonia, por ser uma doutora em Física que luta até hoje pela igualdade de gênero no Brasil. Minha experiência tem sido enriquecedora, pois a cada pesquisa noto a importância das mulheres para a sociedade, não só como pesquisadoras, mas em todas as áreas em que elas podem atuar”, diz. 

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Transmissões ao vivo podem ser acompanhadas na página do projeto no Instagram  - Imagem: Divulgação

Aulas – Além da produção de conteúdo para as redes sociais, o objetivo é que as pesquisas desenvolvidas sejam fornecidas como sugestão para utilização nas aulas da Escola Fátima Gaiotto.

“A iniciativa é importante na integração entre o Instituto Federal e a rede estadual, motivando nossos alunos a participarem de uma atividade que foge a rotina deles, principalmente pelo tema ‘Mulheres na Ciência’. Sempre trabalhei com projetos na escola e fiz questão de que as alunas participassem, para que eles percebessem a contribuição que elas podem dar elas nesse meio”, ressalta Tamiles Fragnan, docente de Química da escola e que integra o projeto.

Oficinas – Voltadas a conteúdos dos cursos de Agronomia e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, elas buscam incentivar intercâmbio de saberes propiciado pela realização dos encontros virtuais.

Organizadas pela professora de Agronomia, Karina Ducatti, e pela técnica em tecnologia da informação do campus, Yujuan Wang, elas abordarão temas relacionados às áreas como extração de DNA e clorofila, medição de pH do solo e prototipagem eletrônica na plataforma livre Arduíno.

As oficinas são abertas a todos os interessados. O conteúdo do projeto pode ser conferido no Instagram e no canal no YouTube.

Extensão – Por meio do edital destinado a participação e formação de mulheres extensionistas nas ciências foram selecionados nove projetos dos campi Aquidauana, Campo Grande, Corumbá, Nova Andradina, Ponta Porã e Três Lagoas, com fomento total de até 144 mil reais.

Com enfoque nas Ciências Exatas, Engenharias, Tecnologias e Computação, tendo a participação de estudantes e da comunidade externa como público-alvo, os projetos serão desenvolvidos até o mês de setembro desse ano.

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