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Sem peixe na rede e excesso de lodo, pescadores do Rio Paraná sofrem com instabilidade do local

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Imagem: Celina Mutti Lovera

“Olha a situação que ficam as tralhas, só lodo e bagaceira. O rio virou em bagaceira”. Esse é o desabafo de um pescador, enviado através de um vídeo ao Nova News. 

De acordo com ele,  que exerce a pescaria como profissão e tem na atividade seu meio de sobrevivência, os peixes estão a cada dia desaparecendo e tem ficado cada vez mais difícil a captura.

Os pescadores mais atingidos são os da Colônia Z10, que compreende 22 municípios da bacia do Rio Paraná. “No Rio Paraná, trecho que ainda resiste os impactos da barragem, já não existe mais peixes, apenas lodo e destruição. Não há um plano de manejo por parte da concessionária responsável pela usina, eles fazem do jeito deles, como é conveniente”, desabafa Maria Antônia Poliana, presidente da colônia de pesca Z10. Segundo ela, se juntar todas as colônias de pescadores da bacia que compreende a região, são cerca de mil pescadores que sobrevivem especificamente do pescado.

De acordo com a Companhia Energética de São Paulo (Cesp), esse tipo de operação durante o período de cheias é normal, na qual a liberação da água ocorre de forma segura e monitorada 24 horas por dia, seguindo as regras operativas definidas pelos órgãos reguladores, ou seja, as comportas são abertas e ao mesmo tempo que o rio sobe, ele abaixa em poucas horas, o que de acordo com os ribeirinhos, provoca estragos em seus apetrechos de pesca, fazendo com que os peixes desapareçam aos poucos.

O pescador Paulo Mendes de Oliveira, disse ao G1 que conseguia pescar até 25 quilos de peixe por dia. Em 43 anos que mora na barranca do rio, ele conta que já viu o nível descer e subir várias vezes. Apesar disso, segundo ele, esse é um dos piores períodos desde a formação do Lago de Itaipu.

Não são só os pescadores que estão sofrendo com essa situação, criada ao longo dos anos de formação do lago. Já no inicio do ano, as cheias destruíram propriedades rurais a jusante ao lago da Usina Sérgio Motta.

O município de Batayporã é um dos que sofrem constantemente com essa situação de cheia e seca. No período de cheia, os prejuízos são causados pelo grande volume de água, em decorrência da abertura das comportas, onde a maioria do gado fica ilhado e morre.

Já no período da seca, o fogo é outro fenômeno que destrói o pouco que foi recuperado após os estragos das cheias.

"Com a diminuição da profundidade do rio, o peixe vai perdendo seu habitat, e sua reprodução é afetada. Os peixes têm espaços exclusivos para a desova e espaços para seu desenvolvimento. Todos esses habitats diminuem ou desaparecem com a seca do rio," diz Oscar Fernandez, professor de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (campus de Marechal Cândido Rondon), em recente entrevista a BBC Brasil.

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