Publicado em 13/12/2021 às 06:42, Atualizado em 13/12/2021 às 10:46
Os católicos da Paroquia Santo Antônio de Pádua, de Batayporã, organizam, para esta segunda-feira (13), a Missa de Santa Luzia. A celebração está programada para as 19h, na Igreja Matriz, uma vez que a capela que leva o nome da santa está passando por obras.
Na ocasião, além da missa, haverá também a tradicional bênção dos olhos, já que a santa é invocada para cura dos males da visão. A celebração, que ocorre todos os anos, na mesma data, reúne centenas fiéis devotos, não apenas de Batayporã, mas de toda a região.
No momento da bênção, os fiéis são ungidos com óleo abençoado, que eles podem passar sobre os olhos ou outras partes do corpo que tenham algum tipo de enfermidade. Santa Luzia é considerada co-padroeira de Batayporã, que tem como padroeiro principal Santo Antônio de Pádua.
Covid-19
Para participar da celebração, não é necessário fazer agendamento, mas é importante observar os cuidados essenciais como a utilização de máscaras de proteção. No local também será disponibilizado álcool 70%.
A santa
Nascida por volta do ano 280, ela pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver virgem para sempre por amor a Deus. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém que não acreditava em Deus.
Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimentos por servir a Deus a todo custo. Luzia vendeu tudo o que tinha, deu aos pobres e decidiu viver para servir ao Reino de Deus. Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo.
Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano, assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição.
Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Isso aconteceu no ano 304.
Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV. Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V.
Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.
Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo ficar cega do que renegar a fé em Cristo. Para proteger as relíquias de Santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia.
Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a também a venera.
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