O Windows é parte fundamental da vida digital de milhões de usuários ao redor do mundo. Dominando completamente o mercado brasileiro desde os princípios da computação no país, para muitas pessoas o universo digital está completamente integrado ao Windows e seus aplicativos como o Microsoft Office.
Antigamente distribuído em grandes atualizações pagas, como o Windows XP, Vista e 7, o sistema operacional da Microsoft passou por mudanças em seu esquema de monetização e distribuição. Desde o Windows 10, atualizações anuais adicionam novos recursos de forma gratuita para usuários do sistema, e para quem possui um computador mais atualizado, o Windows 11 trouxe um novo visual e manteve o conceito de atualizações gratuitas. No entanto, com a chegada da onda de inteligência artificial do sistema, o famoso Microsoft Copilot, recentes indícios encontrados em versões de teste sugerem que essa gratuidade pode estar com os dias contados. A gigante de tecnologia estaria planejando implementar um modelo de assinatura mensal para desbloquear funcionalidades avançadas de IA ou permitir seu uso sem limites, mesmo em computadores novos. De acordo com a ExpressVPN, os consumidores brasileiros já estão saturados com o número crescente de assinaturas mensais cobradas no cartão - será que mais uma cobrança será necessária para usar o computador? Confira.
IA integrada ao Windows 11: Microsoft Copilot
Desde o lançamento do Windows 11, a Microsoft tem investido pesadamente em recursos de IA integrados ao sistema. O Copilot é uma das principais ferramentas dessa nova fase, funcionando como um assistente digital avançado, capaz de auxiliar em tarefas desde a organização de e-mails até a criação de documentos e respostas automáticas. Com o Copilot, a ideia é que o usuário não precise acessar um serviço separado na web, como o ChatGPT, para utilizar recursos de inteligência artificial - ao invés disso, os aplicativos do sistema usarão a IA de forma integrada. Por exemplo, o Microsoft Paint agora permite gerar imagens por IA, enquanto o Outlook pode reescrever seus emails em tom mais formal ou encontrar atividades na agenda. Para computadores comprados com novos processadores Copilot Plus, o sistema é até mesmo capaz de monitorar toda a atividade do usuário, lembrar detalhes avançados, e permitir pesquisas como “qual era o site que eu estava vendo semana passada?”. Para muitos especialistas, embora práticos, parte desses recursos possuem o potencial de violar a privacidade e segurança de seus usuários, por isso, muitos associam o uso do Windows 11 a uma VPN brasileira.
Atualmente, o Copilot é gratuito para quem já tem o Windows 11, e as atualizações de IA são distribuídas sem custo adicional, com um limite de uso diário. No entanto, versões beta do sistema têm revelado mensagens que sugerem a introdução de um "Copilot Pro" ou algo semelhante, que estaria disponível apenas mediante uma assinatura mensal. Acredita-se que essa versão paga incluirá funcionalidades exclusivas, como o uso ilimitado da IA para responder a prompts mais complexos ou gerar conteúdos em massa, algo que atualmente pode ser restrito devido aos altos custos operacionais da tecnologia. A assinatura também poderá fazer parte de pacotes com outras assinaturas da Microsoft, como o serviço de games GamePass Ultimate e o Microsoft 365, que inclui os aplicativos do pacote Office e armazenamento em nuvem.
O custo por trás da IA
Utilizar IA em grande escala, especialmente ferramentas como o Copilot, não é barato. Toda vez que um usuário faz uma solicitação ou "prompt" à IA, há um grande custo computacional envolvido, o que também se traduz em grande uso de água e energia elétrica. Esses custos estão diretamente ligados à infraestrutura necessária para manter grandes modelos de linguagem como o GPT, que consomem enormes quantidades de energia e recursos de processamento.
Para se ter uma ideia, cada consulta a um sistema de IA sofisticado pode custar alguns centavos, mas isso rapidamente se acumula quando consideramos milhares ou milhões de prompts diários, ou os múltiplos prompts necessários para tarefas com múltiplas etapas como gerar uma imagem em dois diferentes estilos, ou gerar um texto em múltiplos tipos de linguagem. Empresas como a Microsoft, Apple e Google passaram os últimos meses lançando continuamente atualizações para integrar a IA em seus produtos com o objetivo de não perder a atenção do público que está cada vez mais interessado no uso de IA, e para que seus ecossistemas digitais não sejam abandonados em nome de um concorrente. No entanto, agora que os usuários já estão fazendo uso diário da tecnologia, as estratégias de monetização estão aparecendo cada vez mais, e o uso gratuito da IA está cada vez mais limitado.
O futuro do Windows como serviço por assinatura
A Microsoft tem seguido uma trajetória clara em direção ao modelo de assinaturas, especialmente com o sucesso do Microsoft 365 (antigo Office 365). O pacote de produtividade, que anteriormente era vendido como uma licença vitalícia, agora é acessado principalmente por meio de uma assinatura mensal ou anual. Isso garante à empresa uma receita recorrente e previsível, ao mesmo tempo que oferece aos usuários acesso a atualizações contínuas e novos recursos.
A possível assinatura para desbloquear funcionalidades avançadas de IA no Windows 11 seria uma extensão natural dessa estratégia. A Microsoft está cada vez mais posicionando o Windows como um serviço (Windows as a Service), onde novas atualizações e funcionalidades são distribuídas de forma contínua, em vez de lançamentos pontuais de grandes versões.
Essa abordagem beneficia a empresa em termos de sustentabilidade financeira, permitindo um fluxo de receita contínuo, e também oferece aos consumidores a promessa de melhorias frequentes e funcionalidades de ponta, como as ferramentas de IA. Ao mesmo tempo, para muitas pessoas e empresas isso pode significar um gasto muito maior com a plataforma do que o habitual.
A introdução de uma assinatura para o Copilot ou outras funcionalidades avançadas de IA pode ser um divisor de águas para muitos usuários. Por um lado, aqueles que utilizam o Windows principalmente para tarefas básicas talvez não sintam necessidade de pagar por esses recursos, mantendo-se na versão gratuita do sistema. Por outro lado, profissionais que dependem da IA para melhorar sua produtividade ou automatizar processos podem ver valor nessa assinatura, especialmente se ela oferecer acesso irrestrito e funcionalidades premium.
O preço exato da assinatura ainda é desconhecido, mas concorrentes como a Google e OpenAI já demonstram que o mercado visualiza as assinaturas de IA na casa dos oitenta reais mensais. Outra estratégia empregada pelo Windows é a adição de anúncios e mensagens no sistema, como no Menu Iniciar e aplicativo de Configurações, que tentam convencer os usuários a assinar mais serviços.
Alternativas existem
Embora a dominância do Windows seja inquestionável, e o conforto de se utilizar uma plataforma habitual tenha seu valor, usuários que estejam sofrendo com uma fadiga de serviços por assinatura podem encontrar alternativas gratuitas competentes. Os programas da categoria “FOSS”, isto é, gratuitos e com código aberto, são criados por voluntários e membros da comunidade e podem ser utilizados sem custo, para sempre. Por exemplo, o pacote Microsoft Office pode ser substituído pelo LibreOffice, enquanto o Adobe Illustrator pode ser trocado pelo Inkscape ou Krita. O próprio Windows, como sistema operacional completo, pode ser trocado por sistemas gratuitos como o Linux Mint - que exigirão um período de adaptação e aprendizado - mas também oferecem segurança e estabilidade suficientes para o uso doméstico e empresarial, sem custos.
Ainda não há detalhes sobre qual será o valor cobrado no Brasil e quais recursos do Windows 11 serão bloqueados por trás da assinatura, no entanto, a tendência é que um número cada vez maior de programas adotem o modelo de pagamentos mensais, e os recursos de IA se tornarão cada vez mais integrados às nossas plataformas digitais.
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