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Agricultor pode investir quase 30% a mais na safra 2022/23, divulga Aprosoja/MS

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Imagem: Edemir Rodrigues

A próxima safra de soja será mais cara em Mato Grosso do Sul. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho – Aprosoja/MS, André Dobashi, divulgou a estimativa nesta quinta-feira (5), para agricultores e estudantes que participam da Ponta Agrotec, em Ponta Porã. Segundo ele, o custo vai ultrapassar o ciclo 2021/22, subindo 27,12%, isso significa que o produtor sul-mato-grossense, poderá desembolsar R$ 6.351,37 por cada hectare cultivado com soja.

Esse custo, revertido em soja, chega ao número de 40,9 sacas por hectare. Para se ter uma proporção do estreitamento da margem do agricultor, ou do risco de prejuízos, pode-se destacar a produtividade média da safra 2021/22 em MS, que chegou a 38,65 sacas por hectare, média baixa devido a uma estiagem severa. E mesmo em um ano de safra recorde, como foi 2020/21, esse custo representaria mais da metade da média colhida, que foi de 62,64 sacas por hectare.

Segundo o presidente da Aprosoja/MS, existem duas ações que podem amenizar os impactos desses custos: a compra dos insumos, de forma antecipada e o uso da moeda soja. “O que o produtor deve fazer é sempre antecipar suas compras e fazer contas em cima da sua moeda de troca, que é o próprio produto. Antes de plantar a próxima safra de soja, ele tem de travar os custos em soja, trocar toneladas de fertilizantes por sacas de grãos, porque dessa forma ele sabe até onde pode investir”.

É fazendo contas, nesse formato, que o produtor saberá até onde ir e o quanto investir. “Se o custo de produção, ultrapassa o mínimo que o agricultor produz, ele não pode avançar na comercialização, porque o custo estará fora do patamar de preços que ele está acostumado a lidar”.

Fertilizantes e herbicidas passaram de 140% de valorização e foram os itens que mais contribuíram para os avanços dos custos. Tratamento de sementes, correção de solo e as operações com máquinas e implementos subiram acima da casa dos 50%.

“Estamos experimentando preços que encareceram mais que 100% nas últimas safras. E a soja, por mais que tenha tido uma valorização, não teve esse reajuste, como está ocorrendo com os insumos. Então, seja pela pandemia ou pela guerra, os insumos tiveram um reajuste muito maior do que o produto que a gente comercializa: a soja e o milho. E isso faz com que a gente tenha que trocar os insumos, pela nossa moeda, que são essas commodities”, pontuou Dobashi.

Durante sua apresentação na PontaAgrotec, o presidente lembrou que o milho da safra atual, já semeada, também encareceu, e o produtor que não se antecipou na compra dos insumos pode se deparar com uma margem negativa.

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