Publicado em 27/02/2020 às 09:10, Atualizado em 27/02/2020 às 13:17
Homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com histórico de viagem para Itália. Ministério da Saúde incluiu 15 países em alerta para vigilância epidemiológica
Brasil confirmou, nesta quarta-feira (26), o primeiro caso do novo coronavírus (Covid-19) no País. Um homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, ontem, em São Paulo, com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. O Ministério da Saúde, em conjunto com as secretarias de saúde estadual e municipal de São Paulo, investigava o caso desde então. Os órgãos estão realizando a identificação dos contatos no domicílio, hospital e voo, com apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), junto à companhia aérea.
Ao confirmar o primeiro caso no País, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou que já era esperada a circulação do vírus. Contudo, diferente dos demais países com transmissão, o Brasil ainda não está no inverno, período em que há maior risco de contágio. “É mais um tipo de gripe que a humanidade vai ter que atravessar. Das gripes históricas com letalidade maior, o coronavírus se comporta à menor e tem transmissibilidade similar a determinada gripes que a humanidade já superou”, afirmou.
“Nosso sistema já passou por epidemias respiratórias graves. Iremos atravessar mais esta, analisando com os pesquisadores e epidemiologistas brasileiros, qual é o comportamento desse vírus em um país tropical”, destacou o ministro.
Mandetta garantiu que a população brasileira terá todas as informações necessárias para que sejam tomadas todas as precauções e cuidados. “São cuidados com a higiene e etiqueta respiratória, como lavar as mãos e o rosto com água e sabão. Este é um hábito importante e higiênico para evitar não só doenças respiratórias como outras doenças de circuito oral”, detalhou.
Ainda segundo o ministro, agora as autoridades de saúde acompanham o comportamento do vírus no hemisfério sul, qual o grau de transmissibilidade e letalidade. “Gostaria de parabenizar o sistema de vigilância, os laboratórios, o Instituto Adolfo Lutz, pela agilidade para realizar os exames e a contra-prova. Vamos sair mais forte do que entramos e com mais capacidade de reagir a essas situações”, garantiu Mandetta.
Todas as ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e, diariamente, atualizações são informadas em coletivas e boletins epidemiológicos.
Ampliação de critérios
Na última segunda-feira (24), o Ministério da Saúde ampliou os critérios para definição de caso suspeito para o novo coronavírus. A partir de agora, serão enquadradas dentro desta definição as pessoas que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar, e vierem da Alemanha, Austrália, Emirados Árabes, Filipinas, França, Irã, Itália e Malásia. Já faziam parte da lista o Japão, Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da China.
A decisão da pasta de aumentar o nível de segurança e sensibilidade da vigilância surgiu da preocupação que esses países têm gerado em decorrência da grande quantidade de casos do novo coronavírus nos últimos dias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses países têm pelo menos cinco casos com transmissão interna da doença.
Anvisa
Após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no País, a Anvisa tomou as seguintes medidas:
Solicitou à companhia aérea a lista de passageiros que estavam no mesmo voo do passageiro com resultado positivo para o novo coronavírus. O documento será encaminhado ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para investigação de outros passageiros do voo que tiveram contato com o caso.
Aumentou a criticidade no monitoramento dos voos internacionais provenientes de países onde há casos confirmados da doença. A lista foi atualizada na segunda-feira (24) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).