Publicado em 24/03/2021 às 08:57, Atualizado em 24/03/2021 às 13:18
Ingestão de álcool afeta o sistema imunológico e pode comprometer as defesas do organismo
Vários cuidados devem ser tomados tanto antes quanto depois de receber a vacina contra a Covid-19 para que não haja interferência na resposta imune do organismo ao vírus. Entre estas medidas estão manter a higiene, utilização de máscaras de proteção e evitar as aglomerações.
Uma das questões que têm sido encaminhadas com frequência para a redação do Nova News é se o consumo de bebidas alcoólicas pode interferir de alguma forma na eficácia do imunizante.
Por este motivo, o site procurou a médica Maria Cláudia Rosenbaum, que é especialista em clínica médica pela Santa Casa de Londrina (PR), coordenadora da UTI Semi-intensiva e membro da equipe da Clínica Médica do Hospital Cassems de Nova Andradina e também plantonista da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Nova Andradina.
“Sobre a dúvida de tantos sobre o álcool pré e pós a aplicação do imunizante, na verdade, não temos estudos sobre a mudança na imunidade devido ao uso agudo do álcool de forma específica com relação à vacina contra a Covid-19, porém, de modo geral, várias pesquisas comprovam que a ingestão crônica de bebidas alcoólicas ataca nossas células de defesa e afetam de forma significativa nossa imunidade”, disse ela.
Maria Cláudia Rosenbaum detalhou que a maioria dos especialistas pede que se evite o uso de bebidas alcoólicas 24h antes e pelo menos 72h após a qualquer vacina. “Alguns orientam até 14 dias, que é o tempo que o sistema imune demora para terminar de produzir os anticorpos”, afirma.
“A vacina contra a Covid-19 é a grande esperança de que possamos assumir o controle da situação frente à pandemia então precisamos nos conscientizar de que isso é algo muito importante. Quanto mais cuidado nesse momento melhor”, recomenda ela.
“Se sabemos que o objetivo da vacina é justamente aumentar as defesas do organismo contra o novo coronavírus e se sabemos também que a bebida alcoólica afeta nossa imunidade, não é nada inteligente misturar as duas coisas. É um risco desnecessário e que pode custar uma vida”, finaliza Maria Cláudia Rosenbaum.
Outros cuidados*
Segundo reportagem do Portal R7 (Record TV), também não é recomendado misturar vacinas que tenham finalidades diferentes, por isso é necessário cumprir um intervalo de 14 dias caso a pessoa tenha feito o uso recente de algum imunizante para alguma outra doença.
Não pode tomar a vacina quem apresentou febre nas 24h anteriores à imunização, e as pessoas que já tiveram infecção por Covid-19 precisam esperar 28 dias após o contágio. Também não é recomendado fazer preenchimento facial ou uso de botox pelo menos 15 dias antes.
Gestantes e lactantes só podem receber a vacina após a liberação do médico, assim como pacientes que fazem tratamento contra o câncer, que dependem da avaliação do oncologista para saber se há comprometimento da imunidade em virtude da quimioterapia.
Cuidados no pós-vacina*
Assim como no período anterior à imunização, também é necessário esperar 14 dias para que uma vacina para outra finalidade seja tomada. Não é recomendado o consumo de bebidas alcoólicas nem o relaxamento do distanciamento social, assim como o uso de botox e ácido hialurônico pelos 14 dias posteriores.
Como a vacina reage no organismo?**
Segundo publicação no portal oficial do Instituto Butatan, as vacinas são o primeiro passo para o fim da pandemia do novo coronavírus, mas a imunidade não começa imediatamente após tomar o imunizante.
Caso uma pessoa tenha Covid-19 logo após se imunizar, isso não significa que a vacina não funcionou, mas que seu o sistema imunológico ainda não teve tempo para criar a resposta imune.
Cada organismo reage de uma forma, dependendo de fatores como a faixa etária e o próprio sistema imunológico da pessoa. Em geral, em duas semanas após a segunda dose estaremos protegidos, pois esse é o tempo que nosso sistema leva para criar anticorpos neutralizantes, que barram a entrada do vírus nas células.
Esse também foi o intervalo usado nos testes clínicos da CoronaVac, a vacina do Butantan, para medir a resposta imune dos participantes. Ainda vale lembrar que uma quantidade ainda maior de anticorpos pode ser registrada até um mês após o fim da vacinação, também variando de indivíduo para indivíduo.
É importante esperar, porém, que grande parte da população tenha sido imunizada antes de voltarmos aos antigos hábitos, para evitar contaminar outras pessoas, já que o indivíduo que tomou a vacina ainda pode transmitir o vírus.
Mesmo após a imunização, ainda será preciso manter medidas de segurança, como o uso de máscara e a higienização constante das mãos. (*Com informações do Portal R7 – Record TV / **Trecho reproduzido do site do Instituto Butatan, responsável pela fabricação da vacina CoronaVac no Brasil).
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