Praticamente curada de um grave câncer, a garotinha Alicia Bezerra Nogueira, de nove anos, residente em Batayporã, esteve nos últimos dias na unidade de Nova Andradina do Hospital de Amor para fazer a doação de cabelo, material que é utilizado na confecção de perucas para pessoas que fazem tratamento de quimioterapia.

Segundo seus pais, Emerson Sanches Nogueira, de 37 anos, e Deize Pereira Bezerra, de 33 anos, Alicia, que já esteve na condição de paciente, não pensou duas vezes em fazer a doação para que pelo menos uma pessoa que enfrenta o que ela já enfrentou tenha o sofrimento amenizado.

A garotinha Alicia Bezerra Nogueira teve seu drama contado pelo Nova News em 2015. Na época, com três anos de idade, ela foi diagnosticada com um quadro grave de leucemia, que é um tipo de câncer que atinge os glóbulos brancos do sangue e que começa na medula óssea.

Após longo tratamento em Campo Grande, junto à Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC), ao Centro de Tratamento Onco Hematológico Infantil (CETOHI) e ao Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HR-MS), ela conseguiu vencer a doença.

“Hoje ela está bem graças a Deus e apenas faz exames de rotina a cada seis meses. A Alicia será considerada tecnicamente curada após cerca de sete anos de acompanhamento, conforme o protocolo, mas na prática, ela está totalmente saudável, é uma criança normal, se desenvolve muito bem e não ficou com sequelas”, afirma Emerson, ao aproveitar a oportunidade para agradecer a todas as pessoas que ajudaram e torceram pela recuperação de Alicia na época.

Já a mãe, Deize, explica que a iniciativa da doação do cabelo surgiu entre a família. “Ela estava com o cabelo bem grande e aí tivemos a ideia de cortar para doar. Ele adorou a sugestão e então entregou o material na unidade do Hospital de Amor de Nova Andradina”, conta ela.

Alicia, por sua vez, diz que se sente feliz em poder ajudar alguém que passa pelo que ela já passou um dia, uma vez que, devido à leucemia, ela precisou passar por quimioterapia e perdeu totalmente os cabelos na época.

"Por duas vezes eu estive carequinha e a tia Claudinha Pinho*  me ensinou que eu estava ainda mais linda, mas eu sei que existem pessoas que ficam tristes quando estão passando por essa fase. Por isso, eu vim aqui no Hospital de Amor, em Nova Andradina, doar o meu cabelo para ajudar as pessoas a ficarem mais felizes e confiantes", disse a garotinha ao fazer menção à psicóloga* que a acompanhou durante o tratamento.

“É uma doação pequena, simbólica, mas para ela, que já esteve do outro lado, como paciente, é também a celebração da vitória. Esperamos que esta atitude incentive mais pessoas a ajudar, seja o Hospital de Amor, a AACC, o CETOHI ou outras entidades sérias que ajudam as pessoas que sofrem com o câncer”, finaliza Emerson.

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