Publicado em 28/12/2022 às 06:46, Atualizado em 28/12/2022 às 10:48

Detectado foco de caruru palmeri no município de Naviraí

Iagro,
Cb image default
Imagem: Arquivo / Iagro

Durante ações oficiais de vigilância, um foco da praga quarentenária presente Amaranthus palmeri (caruru palmeri ou caruru gigante) foi detectado em propriedade rural com cultivo de soja, no distrito de Porto Caiuá, município de Naviraí, no estado do Mato Grosso do Sul. A confirmação foi obtida por meio de técnica molecular (sequenciamento genético), realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA-GO), em amostras coletadas pela Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul (Iagro).

A Amaranthus palmeri é uma planta daninha exótica de crescimento rápido e extremamente agressiva. A planta está no topo da lista do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) de pragas com maior risco fitossanitário para o Brasil, com risco potencial de reduzir a produtividade de soja, milho e algodão em aproximadamente 80% a 90%, além da possibilidade de cruzamento com outras espécies do gênero, inclusive com transferência de genes de resistência aos herbicidas.

No estado do Mato Grosso do Sul, o Iagro tem adotado as medidas fitossanitárias devidas para identificação da origem, via de introdução e a dispersão da praga, visando adoção de medidas fitossanitárias estratégicas de supressão e controle, bem como recolhimento de evidências objetivas para subsidiar o inquérito epidemiológico da praga, o qual possibilitará a identificação das formas de dispersão da planta invasora, promovendo medidas de erradicação dos focos existentes e ações preventivas para não ocorrência de novos casos.

Os produtores também devem adotar medidas fitossanitárias para o controle da praga, como monitoramento quinzenal nos cultivos agrícolas; restringir o trânsito de maquinários (caminhões, implementos e colhedora) de fora da propriedade rural; em talhões infestados promover a desinfestação do maquinário agrícola na propriedade rural, antes de utilização em outra área sem a ocorrência da praga; e em caso de presença de plantas de caruru com resistência a herbicidas, ensacar a planta antes do arranque e promover a incineração do material vegetal.

O Mapa alerta que devido ao seu potencial de disseminação e de danos às culturas que atinge, é de fundamental importância a notificação imediata de quaisquer suspeitas de ocorrência da praga às autoridades fitossanitárias locais - Iagro ou SFA-MS - visando evitar sua dispersão e mitigar os impactos diretos e indiretos que a praga pode causar.

NOTA TÉCNICA CONJUNTA IAGRO E SFA-MS/MAPA Nº 001/2022

A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do Estado de Mato Grosso do Sul (IAGRO) e a Superintendência Federal de Agricultura do MS, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SFA-MS/MAPA), por meio de ações permanentes de vigilância e monitoramento de pragas regulamentadas pela Instrução Normativa SDA/MAPA Nº 38, de 1º de outubro de 2018, desenvolvidas pela IAGRO em estabelecimentos rurais em todo o estado do MS vêm a público informar a detecção da praga quarentenária presente, Amaranthus palmeri (caruru palmeri ou caruru gigante) no estado do MS.

Amostra da planta invasora foi coletada em propriedade rural com cultivo de soja, no distrito de Porto Caiuá, município de Naviraí. A área de cultivo é próxima do rio Paraná, recém aberta para agricultura, com solo arenoso, bastante úmido e com construção de canais de drenagem.

A identificação da praga A. palmeri ocorreu por meio de técnica molecular (sequenciamento genético) realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária do MAPA em Goiânia (FFDA-GO), com similaridade encontrada de 99,85%.

A IAGRO tem adotado as medidas fitossanitárias devidas para identificação da origem, via de introdução e a dispersão da praga, visando adoção de medidas fitossanitárias estratégicas de supressão e controle, bem como recolhimento de evidências objetivas para subsidiar o inquérito epidemiológico da praga, o qual possibilitará a identificação das formas de dispersão da planta invasora, promovendo medidas de erradicação dos focos existentes e ações preventivas para não ocorrência de novos casos.

Os produtores rurais, em todo o estado do MS, devem adotar as medidas fitossanitárias preconizadas para o controle da praga Amaranthus palmeri, das quais destacamos:

Monitoramento quinzenal nos cultivos agrícolas;

Em caso de presença de plantas de caruru com resistência a herbicidas, ensacar a planta antes do arranquio, para evitar dispersão de sementes e promover a incineração do material vegetal.

Em talhões infestados promover a desinfestação do maquinário agrícola na propriedade rural, antes de utilização em outra área sem a ocorrência da praga;

Restringir o trânsito de maquinários (caminhões, implementos e colhedora) de fora da propriedade rural;

Em caso de suspeita, comunicar as autoridades sanitárias, estadual (IAGRO) ou federal (SFA-MS/MAPA) mais próxima.

A planta daninha Amaranthus palmeri está no topo da lista do MAPA de pragas com maior risco fitossanitário para o Brasil. Visto se tratar de planta exótica extremamente agressiva, com risco potencial de reduzir a produtividade de soja, milho e algodão em aproximadamente 80% a 90%. Além da possibilidade de cruzamento com outras espécies do gênero, inclusive com transferência de genes de resistência aos herbicidas.

Abaixo segue relação dos critérios de riscos fitossanitários associados à praga invasora, que a torna tão preocupante para a agricultura nacional:

Critérios Biológicos:

Número total de meios de dispersão/disseminação;

Percentagem de grupos químicos para os quais a praga apresenta resistência;

Estimativa da dificuldade de detecção da praga (defasagem entre dano causado entre a detecção e os danos causados às culturas afetadas);

Número de culturas afetadas pela praga.

Critérios de Controle:

Fração de culturas afetadas pela praga sem produto químico registrado para o seu controle;

Número de métodos de controle disponíveis para o Manejo Integrado da Praga (incluindo variedades resistentes);

Número de ingredientes ativos registrados para controle da praga;

Número de modos de ação de controle da praga, com produtos registrados.

Impactos diretos:

Estimativa do potencial de dano (%) causado pela praga nas culturas afetadas;

Percentual de culturas para a exportação, afetadas pela praga;

Número de estabelecimentos que produzem as culturas afetadas pela praga;

Quantidade de hectares cultivados das culturas afetadas pela praga.

Impactos indiretos:

Densidade econômica da cultura hospedeira da praga.

Número de empregos nas cadeias produtivas das culturas afetadas pela praga;

Valor da produção anual das culturas afetadas pela praga;

Percentual de cultivos de importância na alimentação brasileira afetados pela praga.

Critérios Regulatórios:

Número de países que regulamentam a praga;

Quantidade de regulamentações estadual e federal para a praga;

Número de notificações por presença da praga (na exportação e importação).

Descrição das características, biológica e agronômica, e manejo da praga Amaranthus palmeri pode ser consultada junto ao Documento Técnico da EMBRAPA SOJA nº 384.

Em razão do potencial de disseminação e da agressividade do caruru palmeri é fundamental que qualquer novo caso seja comunicado ao assistente técnico responsável pela área de produção e às autoridades sanitárias, estadual (IAGRO), meio do telefone 0800 647 2788, e-mail [email protected] ou federal (SFA-MS/MAPA), telefone (67) 3041-9331, visando evitar sua dispersão e mitigar os impactos diretos e indiretos que a praga pode causar.