As enfermeiras, de forma geral, se destacam pelo acolhimento, paciência e cuidados com os pacientes, porém, neste tempo de pandemia de Covid-19, a exemplo de outros profissionais que atuam na área da saúde, elas na verdade, arriscam suas vidas e as de suas famílias para atenderem os pacientes com toda a atenção que eles merecem, mostrando sua força e coragem.
Em Nova Andradina, Kátia Ferreira de Araújo Nakamura (Hospital Cassems), Elizabeth Satie Maekawa (Hospital Regional) e Bruna Ferreira Crivelli (Hospital de Amor), são exemplos de mulheres que viram na Enfermagem uma forma de ajudar a salvar vidas. Elas são as homenageadas do Nova News neste mês de março, que é especial devido à comemoração alusiva ao Dia Internacional da Mulher (08).
Kátia
Aos 32 anos de idade e atuando há cinco na unidade de Nova Andradina do Hospital da Caixa de Assistência ao Servidor do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), a enfermeira Kátia Ferreira de Araújo Nakamura, natural de Ivinhema, acumula, ao todo, 18 anos dedicados à Enfermagem.
Ela, que se formou na Faculdade de Administração de Fátima do Sul (FAFS), afirma que ama sua profissão, mas que, devido à pandemia de Covid-19, nunca foi tão difícil trabalhar.
“Apesar de toda a estrutura que o Cassems nos oferece, com materiais, equipamentos de proteção individual e protocolos de biossegurança, a gente sente muito medo”, afirma Kátia, ao dizer que é algo delicado colocar a vida em risco todos os dias.
"Como enfermeira já atuei em momentos de aumento significativo de casos de dengue, de gripe H1N1, mas nada é como a Covid-19. Nós, que presenciamos isso de perto, temos uma dimensão maior da gravidade desta pandemia, seja para os pacientes e suas famílias, seja para nós, os profissionais da saúde”, pontua.
Solteira, Kátia revela ao Nova News que um dos piores fatores é o medo de se infectar e levar o vírus para seus pais. “Mesmo assim fazemos o que tem que ser feito com muito amor e sempre torcendo pela recuperação de cada paciente. Apesar das privações, das longas noites de plantão, sabemos que estamos salvando vidas e isso é muito gratificante”, detalha.
“Como enfermeira e como mulher, afirmo que nossa profissão é bem mais que um trabalho, é um dom. A gente se envolve com a história do paciente, sofre junto com ele e, apesar de todos os medos e dificuldades, quando a pessoa se recupera e volta para a família esse é um momento muito precioso que renova nossas forças”, finaliza, ao dizer que ama ser mulher e ama ser enfermeira.
Elizabeth
Enfermeira há 11 anos e trabalhando no Hospital Regional (HR) Francisco Dantas Maniçoba há dois, Elizabeth Satie Maekawa atua na maternidade da unidade.
Aos 42 anos de idade, casada e mãe de dois filhos, um de 10 e outro de 18 anos, ela que é natural de Presidente Venceslau (SP), conta que se formou na Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), em Presidente Prudente (SP).
Em suas palavras, os principais desafios de sua profissão, especialmente durante a pandemia, são os cuidados com a Covid-19, especialmente com relação aos recém-nascidos que passam por suas mãos todos os dias no HR e também com sua família, esposo e filhos.
“São cuidados redobrados para não levar o vírus para dentro do hospital e também para não o trazer para casa. Além disso, procuro deixar fora de casa as questões emocionais relativas ao trabalho para que isso não interfira na vida familiar”, detalha.
“Trabalhar neste momento de caos gera um estresse muito grande, mas essa é a profissão que escolhi. São vidas que dependem de nós, são pessoas que confiam sua saúde e de seus filhos em nossas mãos. Amo minha profissão e não me vejo fazendo outra coisa”, conta Elizabeth.
Membro da equipe do HR, onde estão os únicos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Vale do Ivinhema, a enfermeira fez questão de frisar ao Nova News que a situação é preocupante. “As pessoas precisam entender a gravidade do momento em que estamos vivendo. Essa pandemia não é brincadeira”, alerta.
Nas palavras dela, que não apenas no Dia Internacional da Mulher, mas em todos os momentos, que as pessoas possam reconhecer o papel das mulheres na sociedade. “Que todas nós, independente da área de atuação, sejamos valorizadas e tenhamos nossos direitos respeitados”, conclui ela.
Bruna
Enfermeira na unidade de Nova Andradina do Hospital de Amor (HA) há cinco anos, Bruna Ferreira Crivelli, de 35, residente em Taquarussu, conta que se formou na Faculdade de Administração de Fátima do Sul (FAFS) e que atua na profissão, ao todo, há nove anos.
“Aqui no HA a gente recebe mulheres de várias cidades da região e, na verdade, do Estado inteiro, e isso, nesta época de pandemia em que vivemos, é algo que nos preocupa, mas, como são adotados todos os protocolos de biossegurança, a gente vai tentando se adaptar”, diz ela.
Bruna, que é solteira, revela que já foi diagnosticada com Covid-19, porém, se recuperou sem complicações. “Acredito que fui infectada fora do hospital, pois aqui é um ambiente com rígidas regras de higiene. Na época, me afastei das minhas funções, me afastei também da família, cumpri o isolamento e me recuperei com sucesso”, afirma.
Ela conta que atuar salvando as vidas de outras mulheres com relação à prevenção ao câncer de colo de útero e câncer de mama é algo muito gratificante. “Sou muito feliz como mulher e como enfermeira. Trabalhar aqui, de mulher para mulher é algo que me realiza profundamente”, conta Bruna ao Nova News.
“O câncer, seja de mama ou de colo de útero, embora com ótimas chances de cura se diagnosticado precocemente, ainda representa um tabu a ser vencido pelas mulheres. Me coloco no lugar de cada uma delas, transmitindo segurança, confiança e orientando sobre a importância da prevenção”, detalha.
Na avaliação de Bruna, o fato de ela ser mulher a ajuda a se aproximar do público-alvo do HA. “Só uma mulher para entender outra em sua plenitude. Suas inseguranças, seus temores. Amo trabalhar aqui e não consigo me imaginar atuando em outro segmento. O trabalho tem suas dificuldades, mas jamais será um sacrifício”, afirma ela ao Nova News.
Aproveitando a oportunidade, Bruna se dirige às mulheres para que não relaxem na prevenção mesmo durante a pandemia. “Deixar de realizar exames preventivos devido ao medo de vir ao hospital por causa da Covid-19 não é uma atitude inteligente. Não é só o novo coronavírus que pode matar”, finaliza.
Dia Internacional da Mulher
Segundo a Agência Brasil, instituído em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Mulher é comemorado em 08 de março em mais de 100 países.
A ideia da criação do Dia da Mulher, no entanto, surgiu bem antes, entre o fim do século 19 e o início do século 20, após uma série de acontecimentos e lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho e pelo direito de voto, nos Estados Unidos e na Europa.
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