Publicado em 07/08/2021 às 10:48, Atualizado em 07/08/2021 às 14:51
Elder de Souza Santos, morador de Nova Andradina, fala dos desafios e emoções da paternidade em meio a um dos momentos mais delicados de sua existência
“No pior momento da minha vida: ‘o acidente’, aconteceu a melhor coisa da minha vida: ‘ser pai’!”. Com essas palavras, o morador de Nova Andradina, Elder de Souza Santos, de 28 anos, define o turbilhão de emoções pelo qual tem passado nos últimos tempos.
O empresário, em dezembro de 2019, sofreu um acidente no Rio Salobra, em Bodoquena (MS), sua terra natal, onde estava a passeio na companhia da esposa, Maira Lazarini, de 34 anos, na época, gestante de cinco meses, e também de familiares.
“Conheci minha esposa em Nova Andradina quando eu estava de serviço na cidade, então decidimos que faríamos parte da vida um do outro para sempre. Inicialmente fomos embora para o Paraná, onde abrimos um negócio e, em 2019 retornamos a Nova Andradina onde inauguramos a loja de calçados femininos ‘Mauadi’. Vendemos muito bem naquele final de ano e a viagem para Bodoquena seria as férias que nunca tivemos”, explica Elder.
Ele conta que naquele 25/12/2019 deu um salto para mergulhar, porém, exatamente naquele ponto, o Rio Salobra é raso e Elder acabou se chocando contra o solo, o que causou sérios danos na coluna cervical, comprimindo sua medula e fazendo com que ele perdesse totalmente os movimentos das pernas e parcialmente os movimentos dos braços.
Socorrido e submetido a avaliação de especialistas, Elder recebeu a notícia que de provavelmente não poderia mais voltar a andar. “Meu sonho, meu projeto de via era ser pai e, naquele momento, eu só pensava no meu filho que estava a caminho. Como eu iria ser um bom pai, brincar com ele, interagir com ele em cima de uma cadeira de rodas?, pensava eu”, revela o empresário.
Algum tempo depois, nascia Heitor Lazarini Santos, hoje com 1 ano e 4 meses de vida. “Quando ele estava prestes a nascer eu estava em casa, em Nova Andradina, acamado, e não pude acompanhar minha esposa no hospital. Ao saber que ele havia nascido não me aguentei... pedi para meu cuidador me levar até a unidade hospitalar. Naquela época ainda não tínhamos a cadeira motorizada e ele foi me empurrando até lá. Chegando, insisti com os funcionários que precisava ver meu filho, então eles higienizaram as rodas da cadeira e me deixaram entrar. Ver aquele pedacinho de gente foi muito gratificante, algo maravilhoso”, descreve.
Elder revela que nos meses seguintes o misto de alegria e preocupação ficou muito forte. “Me sentia triste por não ter toda a minha mobilidade de antes, mas, ao mesmo tempo, muito feliz por ter me tornado pai. Eu sempre gostei de criança, de brincar com meus sobrinhos e o fato de saber que não poderia brincar com meu filho me deixava arrasado, mas não me dei por vencido... quando ele tinha já mais idade eu pedia para minha esposa colocá-lo em meu colo e eu segurava o celular com a boca para que ele pudesse ver os desenhos que gosta ali, pertinho de mim”, conta.
“Atualmente, eu não consigo ter uma vida social, passear, tem um momento de lazer, mas a minha motivação é a minha família maravilhosa, minha esposa Maira e meu filho Heitorzinho. Eles que me dão, todos os dias mil razões e motivos para viver e ser feliz”, afirma Elder, ao explicar que atualmente há uma ótima interação entre ele e o filho.
“Ele senta em meu colo e, agora com a cadeira motorizada, damos uma voltinha aqui perto de casa... Às vezes, quando percebo que ele começa a escorregar, peço a alguém que passa na rua para dar uma mãozinha a fim de me ajudar a ajeitá-lo melhor e assim vamos tocando em frente, cada vez nos relacionando melhor. Acho que para ele é tudo normal, porque quando ele nasceu, eu já estava assim”, pontua.
“Apesar do momento muito pesado em minha vida, que foi o acidente e as consequências que ele me causou, sou um homem muito feliz. Entendo que o que aconteceu comigo poderia ter sido pior e agradeço a Deus por ter a oportunidades de estar aqui e, mesmo com algumas limitações, poder fazer parte da vida do meu filho e da minha esposa. Repito que ser pai era meu projeto de vida e me sinto pleno em estar podendo realizá-lo”, finaliza Elder, ao agradecer o apoio incondicional da esposa Maira e também dos familiares e amigos.
Maira, por sua vez, aproveitou a oportunidade para parabenizar o esposo pelo Dia dos Pais, comemorado neste domingo (08). “Ele é um exemplo de força e resistência. Mesmo provado por todo o sofrimento decorrente daquela tragédia, o Elder nunca desanimou. O amor que temos um pelo outro e pelo Heitorzinho é muito forte e sustenta nossa família na união e na cumplicidade”, diz ela.
Tratamento
É importante destacar que Elder de Souza Santos segue em tratamento na tentativa de que, aos poucos, ele possa recuperar, pelo menos em parte, os movimentos perdidos devido ao acidente. Quando concedeu esta entrevista ao jornalista Acácio Gomes, via telefone, por exemplo, ele estava em Belo Horizonte (MG), passando por procedimentos médicos.
Solidariedade
Para ajudar no custeio dos tratamentos e procedimentos a que Elder é submetido constantemente, a família organizou uma vaquinha on-line para arrecadação de valores que podem ser doados por pessoas solidárias.
A meta da vaquinha é arrecadar R$ 100 mil e, até este sábado (07), o montante angariado estava em R$ 12.635,00. Se você pode contribuir, clique aqui.
Também é possível ajudar por meio de doações na conta de Elder: Banco do Brasil, agência 0728-5, conta corrente 51722-4, CNPJ 33.428.504/0001-66.
O empreendimento
Sob a responsabilidade da empreendedora Maira Lazarini, a 'Mauadi', que trabalha com calçados femininos, segue em plena atividade. A empresa fica na Avenida Rio brilhante 1.778, ao lado da Casa dos Bolos, em Nova Andradina, WhatsApp (67) 9 9933-6086, Instagram @mauad.i.
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