Publicado em 09/06/2020 às 07:15, Atualizado em 09/06/2020 às 11:23
Nova plataforma volta a divulgar números acumulados da doença
O levantamento mais recente do Ministério da Saúde mostra que foram registrados 15.654 novos casos de covid-19 e 679 novas mortes.
A nova plataforma do Ministério da Saúde sobre covid-19 no Brasil mostrou, na noite desta segunda-feira (8), o total de casos confirmados e de mortes provocadas pelo novo coronavírus. Segundo a plataforma, os casos acumulados chegam a 707.412. Já a quantidade de óbitos acumulados é de 37.134. O dados são iguais aos apresentados pelo Conselho Nacional de Secretarias Estaduais de Saúde (Conass).
A nova plataforma interativa ainda passa por ajustes e deve apresentar também os óbitos em suas datas de ocorrência.
"Atualmente, são divulgados os resultados laboratoriais notificados diariamente, independente do dia do falecimento do paciente. Há casos de resultados laboratoriais de mortes registradas há semanas, mas que contam para a contabilidade do dia. Com o aumento dos testes e da capacitação de laboratórios e de profissionais, a rede pública vem aumentando sua capacidade de diagnóstico. Ou seja, os usuários da nova plataforma conseguirão visualizar quantas mortes foram notificadas no dia e a que data se refere cada óbito”, destaca nota do ministério.
A pasta ressaltou ainda que as informações são públicas e repassadas pelas secretarias estaduais de Saúde. O ministério consolida as informações.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, anunciou durante entrevista coletiva na tarde deesta segunda (8), que os estados deverão repassar os dados diariamente até as 16h e que, se não informarem até esse horário, os dados serão contabilizados no boletim do dia seguinte. O Ministério da Saúde se comprometeu a atualizar e divulgar diariamente todas as informações sobre covid-19 na nova plataforma às 18h30.
Ministério da Saúde anuncia nova plataforma com dados totais
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, apresentou a nova plataforma de consolidação dos dados sobre a covid-19 no país. Uma nova plataforma será criada e disponibilizada e a forma de contabilização das mortes será alterada. As secretarias estaduais enviarão as informações até as 16h e os dados totais nacionais serão divulgados até as 18h30.
“Num primeiro momento a gente vinha trabalhando com data de notificação. Ela prejudica uma análise. Nossa intenção é trabalhar com a data de ocorrência e ao momento em que apareceram os sintomas de cada paciente”, afirmou Franco.
O diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário, acrescentou que o objetivo é parar de reunir as planilhas dos estados e que eles possam alimentar os registros diretamente.
“A partir do momento em que tivermos sistema de informação implantado nos municípios que atendam aos requisitos mínimos, vamos deixar de receber planilhas em que pode haver erros de atualização para adotar plenamente o sistema de informação que têm importância, como sintomas, sexo, cor, profissão, fatores de risco”.
Na apresentação da nova plataforma pelos representantes do Ministério da Saúde, a principal dúvida girou em torno do que acontecerá com os óbitos de dias anteriores cuja confirmação da infecção com o novo coronavírus seja descoberta posteriormente e se estas seriam contabilizadas no total. Perguntado sobre isso na entrevista coletiva, Élcio Franco respondeu que “o total continua o total”. Eduardo Macário completou que o total de registros do dia (as mortes notificadas, independentemente de quando ocorreram) continuará sendo divulgado, mas o dia de ocorrência será considerado e isso impactará a curva epidemiológica de evolução da pandemia.
Até então, os dados estavam disponibilizados no site Painel Covid. Além disso, há dados de hospitalizações e mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), dentre as quais as por covid-19, no sistema de vigilância da gripe. Outra base de dados utilizada é a geral do Sistema Único de Saúde, o OpenDataSus. O intuito é consolidar essas bases de dados na nova plataforma.
O novo sistema será disponibilizado até esta terça (9), como parte do processo de mudança da forma de consolidação das informações pelo ministério anunciada domingo (7). Desde a semana passada, a pasta vinha divulgando os dados mais tarde, por volta das 22h.
A alteração sofreu questionamentos do Ministério Público Federal (MPF) e da Câmara dos Deputados. A Organização Mundial da Saúde, em entrevista coletiva nesta segunda (8), também defendeu que o Brasil seja mais transparente.
Sobre a divulgação números diferentes domingo (7) pelo Ministério da Saúde, o secretário Élcio Franco não explicou a origem e motivação da diferença entre os dados e a redução do número de mortes.
Elcio Franco também ressaltou que não há intenção de recontagem de vítimas da covid-19.
"Não há essa intenção. Esses dados são divulgados pelos estados e municípios, eles estão sendo baseados em análise clínica, o diagnóstico de um médico, que é um profissional de saúde. Eles são confirmados por testagem, feita em laboratórios particulares oficiais, então, da mesma forma que nós acreditamos nesses dados que nós estamos apresentando agora, nós acreditamos nos dados que foram carregados por estados e municípios", disse o secretário executivo do Ministério da Saúde.
Para o governo, a divulgação do acúmulo de casos, como vinha sendo feito até o momento, dificulta a verificação das mudanças dos cenários regionais, estaduais e municipais. “O dado acumulado pode indicar uma grande quantidade de casos em localidades que já estão em outra fase da curva epidemiológica”, informou.
Nos últimos dias, o governo já havia deixado de apresentar alguns dados consolidados e mudado a dinâmica de divulgação. Antes, a pasta divulgava boletins atualizados diariamente entre 17h e 18h, durante coletivas de imprensa. Desde a última quinta-feira (4), os dados têm sido divulgados próximo às 22h.
Segundo o ministério, a adequação dos horários de divulgação dos dados é parte da estratégia da obtenção de informações mais precisas, pois o momento de divulgação está atrelado ao fechamento dos boletins epidemiológicos estaduais.