A campanha de imunização contra a Covid-19 foi lançada nesta segunda-feira (18), com o ato simbólico de imunização de quatro sul-mato-grossenses pertencentes à primeira fase determinada pelo PNI (Plano Nacional de Imunização), sendo dois profissionais da saúde, uma indígena e uma idosa que mora em instituição de longa permanência. O evento foi realizado na sede do Hospital Regional de MS, unidade hospitalar de referência no tratamento da doença.
O governador Reinaldo Azambuja participou do ato e agradeceu o empenho dos profissionais da saúde, assim como dos primeiros imunizados. “Chegamos a um dia muito importante. Sempre fui um defensor do PNI – Programa Nacional de Imunização, que norteia todas as campanhas de vacinação e não podia ser diferente no caso do coronavírus”.
“É uma alegria ter a Domingas, que representa a aldeia Tereré, a dona Maria que, segunda-feira fará 83 anos, e o doutor Márcio, pessoa querida, que trabalha na linha de frente junto aos colegas do HRMS. Nosso pedido é que a gente despolitize a vacina. Não importa de onde venha, desde que salve vidas. Afinal, são mais de 2,6 mil famílias que perderam entes queridos”, salientou o governador.
Reinaldo Azambuja reforçou que a pandemia ainda não acabou e que as medidas de biossegurança precisam ser mantidas. “A vacina chega no momento de esperança de todos nós e chegará a todos, mas enquanto isso, ainda é muito importante manter o isolamento, uso de máscara. Quanto maior o número de cobertura vacinal, menor será a pressão por internação em leitos de UTI”.
Em seguida, o governador de Mato Grosso do Sul confirmou a disponibilização de dez leitos do Hospital Regional de MS para ajudar a população Manaus, que vive uma situação de colapso na saúde. “Temos que ser solidários em momentos como esse”.
Do mesmo modo, o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, reforçou o apoio para o tratamento dos pacientes de Manaus, capital do Amazonas. "Não vai faltar leitos para a população de Mato Grosso do Sul, mas precisamos também ajudar".
Além disso, Resende explicou a logística e o critério de escolha dos três primeiros imunizados, salientando a faixa de risco e pessoas da terceira idade. “Todo mundo sabe que quando um vírus chega numa instituição dessa é perigoso. As primeiras doses, 158 mil, serão suficientes para imunizar 79 mil pessoas. É um momento muito importante! Hoje é a vitória daqueles que acreditam na ciência e no SUS. Viva a vida, a ciência, e viva o SUS”.
O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, falou da importância da vacina e destacou o empenho dos profissionais da saúde nas pesquisas para a produção de imunizantes. "Hoje aqui no Regional nós imunizamos, simbolicamente, quatro pessoas. É um marco histórico para Mato Grosso do Sul, a partir do momento que há uma expectativa muito grande de toda a sociedade para virarmos essa página da nossa história. A vacina é o instrumento mais adequado, uma conquista da ciência global, que fez um esforço gigante para que em menos de um ano, a partir do início da pandemia, pudéssemos ter vacinas eficientes na prevenção a esta doença", afirmou.
Emoção dos pioneiros
O principal sentimento descrito pelos quatro pioneiros da vacinação é de emoção. A primeira a ser vacinada foi a indígena Domingas da Silva, da aldeia Tereré, em Sidrolândia, que rompeu o isolamento de meses apenas para este momento da vacinação. “Muita saúde para nós todos. Não tem coisa melhor que saúde. Essa é a primeira saída, sempre fico do quarto para cozinha, banheiro, mas eu fico ali na minha casinha”.
Domingas tem 91 anos, relembra perdas de membros da comunidade e não vê a hora da pandemia ficar no passado. “Quero todo mundo unido lá na minha aldeia”.
A primeira integrante do grupo de idosos recebe a vacina como um presente de aniversário, já que no dia 25 de janeiro, a dona Maria Bezerra de Carvalho completará 83 anos. Ela reside no Asilo São João Bosco e está feliz com a imunização. “É muito importante, principalmente para minha idade, na próxima semana eu faço aniversário e estou em plena atividade”.
Profissional da linha de frente contra a Covid-19, o médico Márcio Estevão Midom, de 43 anos, trabalha no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, unidade de referência no tratamento da pandemia, desde 2010. Ele aposta na vacinação para que tudo volte à normalidade.
Midom já atendeu mais de 120 pacientes graves que necessitaram de ventilação mecânica. “O sentimento é de emoção, muita felicidade e alegria, com muita esperança. Acho que agora a gente vai conseguir reverter essa situação. É aliviador, perdemos muitos colegas de trabalho acometidos pela doença, já tratei inúmeras pessoas em tratamentos graves, pelo menos 120, 130 casos graves e, infelizmente, perdemos alguns pacientes”.
Durante o evento, uma quarta pessoa foi imunizada, a auxiliar de enfermagem Sandra Maria de Lima, que foi surpreendida. “Sou acostumada a aplicar vacinas, mas não sabia que iria tomar agora, ser uma das primeiras”. Inicialmente, estava prevista a vacinação de três pessoas.
Também participaram da vacinação simbólica, a promotora de Justiça, Filomena Aparecida Depolito Fluminhan, a diretora-presidente do Hospital Regional de MS, Rosana Leite, que aplicou as vacinas, a vice-prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, o secretário municipal de saúde, José Mauro, prefeita interina de Sidrolândia, Vanda Camillo, o deputado estadual, Renato Câmara, entre outras autoridades políticas e da saúde.
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