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MP lança campanha contra a corrupção nas eleições municipais

Parceria entre MPF, MPMS e Sistema Fiems visa a alertar sobre a gravidade de crimes eleitorais amplamente praticados, como a compra de votos

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Foto: Ascom MPF / MS

“Candidato que comete crime eleitoral não merece chegar lá”. Com o objetivo de chamar atenção para a gravidade da corrupção eleitoral e alertar para os prejuízos que ela traz para a sociedade, MP Eleitoral, composto por Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), e Sistema Fiems lançaram, nesta quarta-feira (07), campanha informativa contra a corrupção nas eleições municipais de 2020.

Peças publicitárias como outdoor, busdoor e cards para redes sociais serão amplamente distribuídas a fim de alcançar o maior número possível de pessoas, reforçando narrativas que costumam ser equivocadamente menosprezadas durante as campanhas eleitorais, como: comprar voto é crime, e escolher candidato com base nos benefícios pessoais que ele pode oferecer é prejudicial à sociedade.

Pedro Gabriel Siqueira Gonçalves, procurador Regional Eleitoral em MS, lembrou que o grande desafio é reforçar para o cidadão a importância da escolha consciente de candidatos, com base em análise de propostas, pesquisa sobre a vida pública pregressa, alianças estabelecidas, etc. “O nascedouro dos principais problemas da sociedade está na corrupção. Escolhas mal feitas ou feitas com base em critérios questionáveis levam pessoas com compromissos escusos a ocuparem postos de liderança”, alertou.

Para o procurador, a escolha de candidatos probos, íntegros, comprometidos com ideais democráticos e cidadãos, leva a pessoa certa a estar no lugar certo e na hora certa. “Isso ficou ainda mais claro no momento de crise que atravessamos agora. É preciso considerar todo o contexto que envolve referido candidato, sua vida pregressa, quem são seus apoiadores, a fim de sabermos que, diante de crises, ele tomará as melhores decisões em prol da sociedade”.

O lançamento da campanha contou ainda com a presença do procurador-geral de Justiça do Estado de MS, Alexandre Magno Benites de Lacerda, que destacou em seu discurso a necessidade de se trabalhar na origem do problema, a corrupção eleitoral. “Fazer o trabalho repressivo, punir a compra de votos depois que ela acontece, por exemplo, tem um caráter punitivo que não surte efeito a longo prazo. Por isso estamos, eleição após eleição, focados em conscientizar a sociedade sobre a importância do voto consciente. O candidato que compra o voto, vende o mandato. O dinheiro precisa vir de algum lugar”, alertou.

Para o coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça do Patrimônio Público e Social, das Fundações e Eleitorais, Antonio Siufi Neto, é preciso ter em mente que a democracia se faz mediante política e atuação de políticos. “Não podemos menosprezar o papel dos atores político-partidários em uma democracia. É a eles que cabe a tomada de decisões, agravadas em momentos de crise como o que enfrentamos, e por isso sua escolha precisa ser feita com critérios sérios. Democracia não pressupõe apenas eleições periódicas, mas eleições periódicas limpas. E, por isso, o Ministério Público atua arduamente para que os pleitos sejam cada vez mais limpos e transparentes”.

Daniel Castro Gomes da Costa, juiz membro do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), representou a justiça eleitoral na ocasião, reforçando que o TRE está à disposição para fortalecer e fomentar campanhas em prol da democracia e contra a corrupção.

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