Publicado em 20/03/2021 às 07:15, Atualizado em 20/03/2021 às 11:18

MS tem pior semana da pandemia de Covid-19, com recordes de mortes e pessoas internadas

Leonardo Rocha, Subcom
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Imagem:  Saul Schramm

Apesar do Governo do Estado ter adotado uma série de medidas de combate a Covid-19 e estar liderando a aplicação das vacinas em nível nacional, Mato Grosso do Sul teve sua pior semana em relação a pandemia do coronavírus, com recordes de mortes e pessoas internadas devido a doença.

De segunda (15) até sexta-feira (19) foram registrados 5.661 casos novos de Covid no Estado, com 162 novas mortes neste período. O recorde de óbitos desde o começo da pandemia ocorreu na quarta-feira (17) com 42 (mortes) notificadas em apenas um dia. Trata-se da mesma quantidade de vidas perdidas para a dengue em todo o ano de 2020.

"Até nesta sexta-feira (19) já se superou todas as mortes de fevereiro, mesmo faltando ainda 12 dias para acabar o mês (março)", constatou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. Ao todo já são 200.017 casos da doença no Estado, com 3.775 óbitos, desde o começo da pandemia.

Outros dados preocupantes se referem ao recorde de pessoas internadas nos hospitais do Estado. Na segunda-feira (15) já se chegou ao patamar mais elevado da pandemia, com 832 pessoas, que seguiu para números maiores ao longo da semana, com 893 na terça-feira (16), 921 na quarta-feira (17), 956 na quinta, chegando a 968 (internados) na sexta-feira (19).

A lotação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no Sistema Único de Saúde (SUS) também gerou preocupação das autoridades públicas e sanitárias, como a macrorregião de Campo Grande que chegou a 107% de ocupação na quinta-feira (18).

Já Corumbá teve dois dias seguidos (segunda e terça) com 105% (ocupação). Dourados teve os piores números na quinta e sexta, com 98% de ocupação. A macrorregião de Três Lagoas chegou a 100% na terça-feira (16), reduziu um dia depois (quarta) para 78% e nos dois últimos dias da semana ficou acima de 90%.

Medidas

Desde o último domingo (14) entrou em vigor o novo toque de recolher definido pelo governador Reinaldo Azambuja, que durante 14 dias, vai funcionar das 20h até às 5 da manhã. Neste horário só podem funcionar os serviços de saúde, transporte, alimentação por meio de delivery, farmácias e drogarias, funerárias, postos de gasolina e indústrias, assim como aqueles considerados essenciais.

Aos sábados e domingos, os serviços que não são classificados como de natureza essencial terão regime especial de funcionamento. Só poderão abrir e atender o público entre 5 e 16 horas. Os estabelecimentos devem funcionar no máximo com 50% de sua capacidade, seguindo ainda outras medidas de biossegurança, como distanciamento social, de um metro e meio entre as pessoas.

Durante toda a semana o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, reafirmou a necessidade da população seguir as medidas de prevenção contra a Covid, como distanciamento social, uso de máscaras, higienização das mãos e evitar aglomeração, contribuindo com o isolamento social. Ainda criticou aqueles que se opõem às medidas de restrição.

“Há uma coisa muito triste: pessoas querendo contestar o decreto, como aconteceu no Amazonas. Essas pessoas que organizaram esse tipo de manifestação estão sendo os mensageiros da morte”, afirmou.

Mato Grosso do Sul inclusive aparece na 25° posição entre os estados em relação ao índice de isolamento, com 31,3% registrados na última quarta-feira (17). Ele só fica em situação melhor que Santa Catarina e Espírito Santos, que ainda tem índices menores. Campo Grande por sua vez está na última colocação (31,17%) entre as capitais.

Cenário

O último levantamento feito pelo programa “Prosseguir”, divulgado na quinta-feira (18), aumentou de 31 para 44 cidades na bandeira vermelha e Campo Grande entrou para bandeira cinza, que é considerado de “risco extremo” de contaminação do vírus. Já a bandeira laranja, de risco médio, caiu de 38 para 32 cidades.

Apenas duas cidades (Jateí e Novo Horizonte do Sul) apareceram na bandeira amarela, que é considerada de nível “tolerável” e nenhum município se encaixou na cor verde, que é a situação de baixo risco. Dos 79 municípios do Estado, 39 permaneceram na mesma bandeira, 29 regrediram de situação e apenas 11 cidades melhoraram de situação.