Em agosto de 2020, Francy Hellen Aparecida da Silva Vieira, então com 26 anos, deu à luz gêmeos na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande. O que deveria ser um momento de alegria se transformou em um problema de saúde que se arrastou por mais de quatro anos. Após a cesariana, um tufo de gaze foi esquecido dentro do útero da paciente.

A maternidade informou que não recebeu nenhuma denúncia formal sobre o caso, mas que a situação será devidamente apurada. O episódio será encaminhado à Comissão de Ética para os devidos esclarecimentos, e as medidas cabíveis serão tomadas.

Francy Hellen contou que não procurou a maternidade ao descobrir o problema. Em vez disso, buscou atendimento direto no Hospital Regional, na noite da última segunda-feira (7), onde permanece internada. Ela passou por cirurgia para retirada do material e realiza exames para verificar a existência de infecção no local.

Segundo a pedagoga, após a cesariana, ao retornar para casa, começou a sentir dores. Sempre que procurava a ginecologista para exames de rotina, ouvia que se tratava de uma inflamação. Era receitada com antibióticos, apresentava melhora temporária, mas os sintomas retornavam.

Em março deste ano, as dores se intensificaram. Francy procurou atendimento em uma UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família), onde suspeitaram de gravidez e pediram exames. A possibilidade, no entanto, foi descartada pela paciente, que afirmou fazer uso de anticoncepcional e cujo marido já havia realizado vasectomia.

Diante das dúvidas, ela decidiu realizar por conta própria uma colposcopia, exame que permite visualizar o interior do útero. “Era um tufinho. Eu tinha muita febre e não sabia o que era. Ficava com muita cólica”, relata.

Na terça (8), passou por procedimento para retirada da gaze e segue em observação, enquanto aguarda os resultados dos exames para verificar se há infecção.