Nesta época de pandemia em que a população anseia por uma cura para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, uma prática bem presente na vida do brasileiro se tornou motivo de maior preocupação: a automedicação.
Segundo o médico Thiago Bavaresco, de Nova Andradina, em todo o Brasil, a cultura de tomar remédios sem orientação de um profissional qualificado, infelizmente, é uma prática muito forte e que pode trazer vários danos à saúde.
Nas palavras dele, um dos fatores que contribuem para isso é a influência de familiares e amigos. “É o que chamamos de compartilhamento de condutas. O parente, amigo ou vizinho tomou um medicamento e disse que se sentiu bem, então a pessoa imagina que em seu organismo a substância terá o mesmo efeito e já parte para a automedicação”, afirma.
Segundo Bavaresco, outro fator que deve ser levado em conta são os meios de comunicação que, muitas vezes divulgam remédios como se fossem fórmulas mágicas, geralmente sem detalhar suas contraindicações e seus efeitos colaterais.
“Nenhum medicamento, desde os mais populares como dipirona e paracetamol, até os remédios controlados e de uso contínuo devem ser ingeridos de qualquer maneira ou em qualquer período. É preciso orientação médica e acompanhamento”, ressalta.
Thiago frisa que os medicamentos são fórmulas complexas que pode gerar efeitos indesejados e até mesmo causar sérios danos à saúde do paciente se ingeridos de forma indiscriminada.
“Sempre é preciso levar em conta fatores como biotipo da pessoa, peso, possíveis reações alérgicas, se o paciente já faz uso de outras medicações, bem como oferecer todo o acompanhamento com relação ao ajuste da dose para que se obtenha daquela substância os efeitos positivos que dela se esperam”, pontua.
O médico disse que, de forma especial nesta época de pandemia, surgem vários protocolos com supostos tratamentos para a covid-19, porém, nenhum deles tem ainda o reconhecimento das organizações de saúde e não devem ser considerados como oficiais pela população.
“Nem mesmo as vitaminas, consideradas por muitos como inofensivas, podem ser ingeridas de qualquer maneira, pois uma superdosagem, por exemplo, pode afetar a saúde ao invés de trazer benefícios. Nosso organismo é um sistema muito amplo e antes de iniciar qualquer tratamento, o médico deve obter o máximo de informações possíveis sobre o paciente a fim de conseguir o melhor custo benefício de determinado tratamento”, defende Bavaresco.
Um dos exemplos citados por ele é a ivermectina, divulgada recentemente, de forma não oficial, como sendo eficaz no combate ao novo coronavírus.
“Após a veiculação desta informação a ivermectina desapareceu das prateleiras das farmácias como se fosse uma solução definitiva para a pandemia. No entanto, além de não ter comprovação de sua ação neste sentido, a substância possui uma série de restrições pode causar efeitos colaterais como diarreia, náusea, perda de força física, dor abdominal, anorexia, constipação, vômitos, além de afetar o sistema nervoso central causando tonturas, sonolência, vertigem e tremores. Gestantes e mulheres que amamentam também não devem tomá-la”, alerta.
Thiago Bavaresco reforça que a automedicação é uma prática que deve ser evitada pela população. “Consulte seu médico, conte seus sintomas, se você já faz uso de medicações prescritas por outro profissional informe a ele e acate todas as orientações. Não dê ouvidos a informações aleatórias que circulam nas redes sociais, mas confie apenas nos profissionais qualificados. Cientistas do mundo inteiro buscam a cura para a covid-19 e para outras doenças e, quando eles descobrirem nós saberemos pela imprensa oficial e não por postagens sem garantia de procedência”, finalizou.
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