Publicado em 30/01/2023 às 12:30, Atualizado em 30/01/2023 às 11:16
Rafela Mattos e Thays Moya chamam atenção para a forma como as famílias estão criando as crianças e adolescentes de hoje, destacando que os frutos são colhidos a longo prazo
Cada vez mais o tema da saúde emocional vem sendo trazido à tona e, finalmente, colocado no lugar de destaque que merece, uma vez que, gradativamente, a sociedade está entendendo a sua importância na conquista de uma vida equilibrada e com muito mais qualidade.
Neste contexto, as psicólogas Rafaela Mattos e Thays Moya, ambas de Nova Andradina, defendem o autoconhecimento como o ponto de partida para a construção da saúde emocional e da autoestima de cada ser humano.
“Todos nós precisamos em primeiro lugar aceitar nossas emoções, tanto no sentido de validar emoções mais difíceis de serem sentidas, como a raiva, inveja ou tristeza, quanto aquelas que são positivas. Por exemplo, muitas pessoas sentem dificuldades em validar a alegria, sentem felicidade por algo e, ao mesmo tempo, vergonha por estarem tão felizes e realizadas e, desta forma, acabam não vivendo plenamente a emoção. Saber lidar consigo mesmo é construir uma vida mais leve e consciente”, afirma Rafaela.
“É importante trabalhar para minimizar os desequilíbrios, pois, por meio da aceitação e compreensão das nossas emoções, conseguimos melhorar nossas relações, tanto pessoais, quanto familiares e também profissionais.”, pontua Thays.
Saúde emocional é formada desde a infância
As psicólogas defendem que a saúde emocional de um indivíduo é formada desde a sua infância e que os pais têm papel fundamental nisso. Elas argumentam que na criação dos filhos é importante que os pais proporcionem às crianças e adolescentes experimentarem e trabalharem suas próprias percepções, aprenderem com os erros e, com isso, construírem sua autonomia, evitando que se tornem adultos dependentes da aprovação dos outros ou que não consigam fazer escolhas assertivas por si mesmos.
“Percebemos, através do nosso trabalho na área da Psicologia que, muitas vezes que os pais não sabem como proceder diante de certas situações e acabam conduzindo de forma desgastante essa relação que, na verdade, poderia ser prazerosa para ambas as partes”, afirma Rafaela.
“Para tudo na vida a gente se organiza, seja para um concurso, para um novo emprego, para realização de um sonho pessoal ou profissional, por exemplo, porém, com relação à criação dos filhos as pessoas acreditam erroneamente que não é preciso compreensão e aí começam os problemas. Ser pai ou ser mãe não é algo que nasce junto com o filho ou filha, mas é uma realidade para a qual é necessário estar consciente e é importante nos organizarmos internamente”, pontua Thays.
Nas palavras delas, é muito válido refletir que a tarefa de educar as crianças e adolescentes é um trabalho cujos frutos serão colhidos a longo prazo, neste sentido, podemos nos questionar: como esses adultos estão sendo formados? Eles serão pessoas que sabem lidar com as emoções? O que posso fazer hoje para proporcionar situações que ele ou ela consiga ir desenvolvendo as habilidades que gostaria que ele ou ela tivesse quando adulto? O que eu preciso trabalhar em mim enquanto mãe ou pai para que meus filhos ou filhas possam ser beneficiados também? Estou oferecendo limites necessários sem esquecer do afeto?
“O que se faz com os filhos durante a infância vai repercutir durante toda a vida deles. É um trabalho a longo prazo. A criação é muito importante e deve receber a atenção que merece. Os pais podem construir junto com a criança o autoconhecimento, a capacidade de fazer escolhas e de aprender com suas consequências”, afirma Rafaela, ao defender que os pais podem buscar ajuda para saber lidar com os filhos, afinal, existem formas acolhedoras de educar, sem esquecer dos limites que auxiliam a construir uma autoestima fortalecida.
“Isso não significa que os pais e mães não vão errar. Ainda assim vão existir erros, porém, o diferencial é aprender a reparar os erros de forma assertiva. Na adolescência é quando ocorre a formação da identidade e geralmente aumentam os conflitos. Também é nessa fase que sexualidade aflora, surgem as questões hormonais, maior pressão nos estudos, a busca do seu lugar no mundo e muitos pais não sabem como trabalhar isso. Às vezes eles prendem excessivamente, outras desistem dos filhos. Porém é o caminho do meio que precisamos encontrar, entre a punição e a permissividade existe uma infinidade de possibilidades”, detalha Thays.
As profissionais explicam que muitas famílias se perdem na forma de educar, algumas vezes não querem reproduzir o que viveram durante a sua própria infância, por outro lado sentem receio de mimar demais, por não terem conhecimento de que é possível educar com limites sem esquecer do afeto. “É preciso entender que nós não somos mais os mesmos, as crianças e adolescentes não são mais os mesmos e as situações e desafios também mudaram. Hoje aprendemos muito sobre educação infantil e existem formas de educar com firmeza, sem esquecer do afeto tão importante na formação da autoestima” , alerta Rafaela.
Segundo de Thays, a missão delas enquanto psicólogas é oferecer apoio e orientação para promover mais leveza na criação dos filhos, mostrando que há alternativas e métodos comprovados para que esta relação seja mais leve, sem deixar de lado os contornos necessários à formação saudável do indivíduo.
Conforme elas, é muito importante que os pais, sejam de crianças ou adolescentes, estejam atentos e conscientes de si mesmos, busquem informações de qualidade e saibam que há métodos eficazes para a criação dos filhos que cultivam a saúde mental para que eles sejam indivíduos que saibam lidar com suas emoções de forma consciente e coerente.
“Estamos aqui para orientar as famílias a compreenderem as dificuldades que levam aos problemas de comportamentos das crianças e adolescentes, substituindo-os por alternativas mais conscientes, reais e um vínculo saudável”, afirma Rafaela. “Romper padrões não é algo fácil, mas é possível e necessário para que os responsáveis pela criança possam realizar a função mais importante, que é auxiliar na formação de outro ser humano”, conclui Thays.
Saiba mais
Rafaela Mattos é psicóloga (CRP 14/00108-3), conta com cerca de 15 anos de atuação, é especialista em infância, especialista em sexualidade, Gestalt-Terapeuta e educadora parental em disciplina positiva. Seus atendimentos - exclusivamente por meio de agendamento - ocorrem na Rua Santa lúcia, 1473, em Nova Andradina. Também atende na modalidade online. Mais informações pelo celular / WhatsApp (67) 9 9988-4186 e pelo perfil @psicologarafaelamattos no Instagram.
Thays Moya é psicóloga (CRP 14/06866-3), conta com cerca de sete anos de atuação, é Gestalt-Terapeuta, especialista em adolescência, facilitadora em constelação familiar e orientadora profissional. Seus atendimentos - exclusivamente por meio de agendamento -, ocorrem na Rua Milton Modesto, 1623, em Nova Andradina. Também atende na modalidade online. Mais informações pelo celular / WhatsApp (67) 9 9920-8015 e pelo perfil @psicologathaysmoya no Instagram.