Publicado em 19/03/2025 às 17:57, Atualizado em 19/03/2025 às 22:12
Se prevenir contra a violência deveria ser um tópico de interesse para todos, mas, curiosamente, ainda há quem ache que o problema não é tão grave assim. Afinal, em pleno século XXI, algumas pessoas insistem em questionar se violência contra a mulher é realmente um problema estrutural ou apenas "casos isolados". Bom, se um País inteiro precisa de campanhas, delegacias especializadas e leis específicas para proteger metade da população, acho que a resposta já está dada, não é mesmo?
A verdade é que ninguém quer se tornar estatística, porém, para muitas mulheres, o risco é real e diário. O problema começa nas pequenas violências mascaradas de "cuidado" nos relacionamentos – o ciúme possessivo, a manipulação, o controle sobre a vida da parceira. E quando a mulher percebe que aquilo não era amor, mas uma armadilha, pode ser tarde demais. É aí que entram as medidas preventivas: reconhecer os sinais de um relacionamento abusivo, não romantizar comportamentos tóxicos e entender que "ele muda com o tempo" só funciona para vinho e queijo – não para agressor.
Entretanto, a prevenção não pode ser responsabilidade só da vítima. O combate à violência doméstica e ao feminicídio precisa ser tratado como prioridade por toda a sociedade. Para isso, políticas públicas eficientes são indispensáveis: mais delegacias da mulher funcionando 24 horas, abrigos seguros para vítimas,” penas mais duras e proporcionais à gravidade do crime”, para agressores e, claro, programas que garantam independência financeira e apoio psicológico para que a mulher possa reconstruir sua vida sem medo.
E não adianta apenas reagir quando o pior já aconteceu. A segurança da mulher começa na educação, ensinando, desde cedo, dentro de casa, nossos filhos, que respeito não é uma opção, mas uma regra. Em que meninos aprendam a respeitar e não a dominar, e de meninas que saibam reconhecer e recusar relacionamentos abusivos desde cedo. Propiciando como pais, um ambiente seguro, sem xingamentos, violência, e com bons exemplos. Além disso, campanhas de conscientização devem ser constantes, para que a sociedade pare de culpar a vítima e passe a responsabilizar o verdadeiro culpado: “o agressor”, que em muitos casos, seguem impunes, muitas vezes, reincidentes, fortalecidos pela falta de punição efetiva e célere.
Segurança não deveria ser questão de sorte ou estratégia de sobrevivência. Até quando vamos dizer que mulheres precisam "evitar" o perigo, enquanto os agressores seguem impunes? Não podemos aceitar que medo e violência sejam rotina—especialmente para as mulheres, enquanto os criminosos desfrutam de liberdade, favorecidos pela impunidade.
O recado é simples: prevenir não é exagero, e proteger mulheres não é "mimimi