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Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, morre aos 88 anos

Desde São Pedro até agora, a Igreja Católica já foi governada por 266 papas

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Imagem: Vatican News

Segundo informações oficiais no portal Vatican News, morreu na madrugada desta segunda-feira (21), Jorge Mario Bergoglio, o Papa Francisco, aos 88 anos. Ele enfrentava diversos problemas de saúde.

O anúncio foi dado, com pesar, diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, por Sua Eminência, o cardeal Farrell, com as seguintes palavras:

"Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 07h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino."

Neste domingo (20), Papa Francisco havia aparecido na sacada da Basílica de São Pedro para a mensagem de Páscoa Urbi et Orbi, deixando suas últimas palavras para a Igreja e o para mundo.

Desde São Pedro (do ano 30 ao ano 60) até agora, a Igreja Católica já foi governada por 266 papas, sendo os mais recentes João Paulo I (que ficou no cargo por apenas 33 dias, em 1978), João Paulo II (1978 a 2005), Bento XVI (2005 a 2013) e Francisco (2013 a 2025).

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Imagem: Vatican News

Logo após o anúncio da morte do Papa Francisco, na manhã desta segunda-feira (21), diversas mensagens de condolências do mundo inteiro começaram a chegar no Vaticano.

Após as despedidas e homenagens ao Papa Francisco, que devem ocorrer pelos próximos dias, a Igreja Católica convocará o Conclave, que é um conselho de cardeais para a eleição de um novo pontífice, o 267º a ocupar o cargo.

O Papa Francisco foi o primeiro em muitas coisas. Primeiro Papa jesuíta, primeiro Papa originário da América Latina, primeiro a escolher o nome Francisco sem um numeral, primeiro a ser eleito com seu antecessor ainda vivo, primeiro a residir fora do Palácio Apostólico, primeiro a visitar terras nunca antes tocadas por um pontífice - do Iraque à Córsega -, primeiro a assinar uma Declaração de Fraternidade com uma das autoridades islâmicas mais importantes. Também foi o primeiro Papa a se equipar com um Conselho de Cardeais para governar a Igreja, a atribuir funções de responsabilidade a mulheres e leigos na Cúria, a lançar um Sínodo que envolvia diretamente o povo de Deus, a abolir o segredo pontifício para casos de abuso sexual e a remover a pena de morte do Catecismo. O primeiro também, a liderar a Igreja enquanto no mundo não há “a” guerra, mas muitas guerras, pequenas e grandes, travadas “em pedaços” nos diferentes continentes. Uma guerra que “é sempre uma derrota”, como repetiu nos mais de 300 apelos, mesmo quando sua voz falhava, e que ocuparam todos os últimos pronunciamentos públicos desde o início da violência na Ucrânia e no Oriente Médio. 

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Imagem: Vatican News

Em seus perfis oficiais, a Diocese de Naviraí se pronunciou sobre o fato com a seguinte nota: "A Diocese de Naviraí lamenta profundamente a morte do Santo Padre, o Papa Francisco. Seu papado deixou marcas sagradas na história da Igreja, repletas de ensinamentos de amor, misericórdia e compaixão. Que o exemplo de sua vida continue a inspirar todos nós em nossa caminhada de fé". (Matéria produzida com informações do Vatican News).

Pedro e o Papado*

No Novo Testamento podemos encontrar ampla evidência de que Pedro foi o primeiro em autoridade entre os apóstolos. Cada vez que os apóstolos são nomeados, Pedro encabeça a lista (Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13); algumas vezes aparece somente "Pedro e aqueles que estavam com ele" (Lc 9,32). Pedro era o primeiro que geralmente falava em nome dos apóstolos (Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69), e aparece em muitas cenas dramáticas (Mt 14,28-32; Mt 17,24, Mc 10,28).

Em Pentecostes, Pedro foi o primeiro que predicou à multidão (At 2,14-40), e foi Pedro que realizou a primeira cura milagrosa na nascente Igreja (At 3,6-7). Também foi a Pedro a quem veio a revelação de que os gentios foram batizados e aceitos como cristãos (At 10,46-48).

"Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus" (Mt 16,19). Naqueles tempos, a chave era sinal de autoridade. Uma cidade cercada de muralhas tinha uma grande porta, e essa porta tinha uma grande fechadura que funcionava com uma grande chave. Dar a chave da cidade é também dar livre acesso e autoridade sobre a cidade. A cidade da qual Pedro estava recebendo a chave era nada mais e nada menos que a própria Cidade Celestial. Este mesmo simbolismo para a autoridade é usado em outra parte da Bíblia (Is 22,22; Ap 1,18).

Quem é a rocha? Voltemos nossa atenção para o verso-chave: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja" (Mt 16,18). A discussão sobre este verso sempre se voltou para o significado da palavra "pedra" ou "rocha". A quem Jesus se refere? Visto que o novo nome de Simão, Pedro, por si só significa "rocha", a frase pode ser reescrita como "Tu és Rocha e sobre esta rocha edificarei minha Igreja". O jogo de palavras é óbvio, mas muitos comentaristas, desejando evitar o que segue (a instituição do papado), têm insinuado que a palavra rocha não pode referir-se a Pedro, mas sim à sua profissão de fé ou ao próprio Cristo. Do ponto de vista gramatical, a frase "esta rocha" deve referir-se ao substantivo mais próximo. A profissão de fé de Pedro ("Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo"), é feita a dois versículos do termo em análise, enquanto que seu nome, um nome próprio, está precedendo imediatamente a cláusula. Consideremos como analogia esta paráfrase: "Eu tenho um carro e um caminhão, e este é azul." Qual é o azul? O caminhão, porque é o substantivo mais próximo ao pronome "este". Tudo isto seria mais claro se a referência ao carro fosse a duas frases da que contém o adjetivo "azul", como a referência à profissão de fé de Pedro está a duas frases do termo "rocha".

Os que se opõem à interpretação católica de Mt 16,18 algumas vezes argumentam que no texto grego o nome do apóstolo é "Petros", enquanto "rocha" é traduzida como "pedra" (petra). Eles dizem que a primeira palavra (petros) significa uma pequena pedra e que a segunda (petra) é uma grande massa de rocha, então, se Pedro foi pensado para ser uma grande rocha, por que seu nome não é "Petra"? Mas, observe que Cristo não falou para os seus discípulos em grego.

Ele falou em aramaico, uma linguagem popular na Palestina de então. Nessa língua a palavra para "rocha" era "Kepha", que é a utilizada por Jesus em sua linguagem comum (repare que em Jo 1,42 Ele disse: "chamar-te-ás Cefas"). O que Jesus disse em Mt 16,18 foi isto: "Tu és Kepha, e sobre esta kepha edificarei minha Igreja."

Quando o evangelho segundo São Mateus foi traduzido do aramaico original para o grego surgiu um problema que o evangelista não enfrentou quando compôs este compêndio da vida de Cristo. Em aramaico, a palavra kepha tinha o mesmo sentido final para se referir a uma grande rocha ou a um nome pessoal masculino. Em grego, a palavra para traduzir rocha, petra, é do gênero feminino. O tradutor poderia usá-la na segunda vez em que aparece a palavra na oração, mas não na primeira porque seria inapropriado dar a um homem um nome feminino. Por isso o tradutor pôs um final masculino nele, e este foi Petros.

Além disso, a premissa do argumento contra Pedro como rocha é simplesmente equivocada, pois no século primeiro as palavras gregas "petros" e "petra" eram sinônimos. Possuíram o significado de "pequena pedra" e "rocha grande", respectivamente, nos primórdios da poesia grega, mas no século primeiro essa distinção já havia se perdido, assim admitem alguns protestantes estudiosos da Bíblia (Ver os comentários de D. A. Carson em, "Expositor's Bible Commentary" [Grand Rapids: Zondervan Books]).

Alguns dos efeitos do jogo de palavras de Cristo perderam-se na tradução do aramaico para o grego, mas foi o melhor que pôde ser feito em grego. Em inglês, como em aramaico, não existem problemas com as finais, porque na tradução para o inglês poderia ser lido: "Tu és Rocha, e sobre esta rocha edificarei minha Igreja". [Pode-se dizer o mesmo em português. Assim como em aramaico, a frase não gera nenhuma confusão, tal como se lê na tradução hoje em dia: "Tu és Pedro (nome próprio masculino que significa pedra), e sobre esta pedra (substantivo comum que faz referência ao substantivo próprio anterior) edificarei minha Igreja."

Considerando outro ponto de vista; se a palavra rocha se refere diretamente a Cristo (como dizem alguns anticatólicos, baseando-se em 1Cor 10,4 "e essa rocha era Cristo" - ainda que a rocha fosse literalmente uma rocha física que viajava com os israelitas no deserto durante o êxodo; cf. Ex 17,6; Nm 20,8), por que Mateus deixou a passagem como estava? No aramaico original, e no inglês que é mais parecido com o aramaico do que o grego, a passagem é clara. Mateus acreditava que seus leitores entenderiam o óbvio sentido de "Pedro ... pedra".

Se Mateus referia-se a Cristo como a rocha, por que não o fez claramente? Por que deu a oportunidade e deixou Paulo escrever esclarecendo o texto (pressupondo, naturalmente, que 1 Coríntios foi escrito depois do evangelho segundo Mateus, e se foi primeiro, por que não escreveu para esclarecer o assunto?).?

A razão, certamente, é que Mateus sabia muito bem que a frase queria dizer o que realmente está dizendo. E foi Simão, fraco como era, o escolhido para ser a rocha, o primeiro elo na cadeira do papado. (*Fonte de "Pedro e o Papado": ACI Digital).

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