Informações fornecidas pelo delegado da SIG (Seção de Investigações Gerais) de Nova Andradina, Caio Bicalho, indicam que a mulher presa nesta quarta (13), por envolvimento no homicídio de Valdomiro Pereira, o “Mirim”, de 54 anos, no Assentamento Teijin, no início da semana, arquitetou o crime e ainda teria sido responsável por efetuar os disparos contra a vítima.
Os detalhes foram divulgados em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (14).
"As dinâmicas do fato indicam que a autora, que é uma mulher de 31 anos, teria uma relação extraconjugal com a vítima, inclusive "Mirim" era amigo do esposo dessa mulher. A vítima teria ali indicado uma vontade de contar para o marido dela dessa relação e a partir desse indicativo, de que o marido dela iria saber da relação, a autora decide executar a vítima. Ela chama um comparsa, um homem de 22 anos e oferece a esse homem, a quantia de R$ 10 mil reais para que ele a ajudasse a matar Valdomiro", afirmou o delegado.
Conforme apurações policiais, após traçar um plano para executar a vítima, os envolvidos foram até uma farmácia e compraram um calmante com o intuito de impedir que "Mirim" agisse de forma que atrapalhasse o andamento do crime.
"Após comprar o medicamento, a mulher se desloca ao sítio da vítima, e o comparsa fica do lado de fora aguardando. No local, ela começa a estabelecer uma relação com a vítima e aproveita essa oportunidade para colocar o calmante no tereré da vítima. Em determinado momento, quando o medicamento já havia surtido efeito, a mulher foi até a porteira e buscou o seu comparsa, momento em que eles desligam o padrão de energia, porque a autora tinha conhecimento que a casa possuía sistema de monitoramento" afirmou o delegado.
Ainda na sequência dos fatos, os envolvidos energia e entraram no interior do imóvel, momento em que começaram a conversar com a vítima, alegando para "Mirim" que a falta de energia seria em decorrência de um apagão na região.
Após algum tempo de conversa, a mulher teria se deslocado até o carro da vítima e se apossado de uma arma de uso pessoal que tinha conhecimento que ficava guardada ali.
Ainda conforme apontaram os depoimentos, no primeiro momento, a mulher teria entregue a arma ao comparsa, no entanto, ele não teria conseguido efetuar os disparos. Diante da recusa do comparsa, a mulher se apossou da arma e atirou três vezes contra a vítima, que morreu no local. Após a consumação do fato, ambos decidiram, em posse dos dados bancários da vítima, realizar PIX de sua conta bancária para terceiros.
Valdomiro foi achado por vizinhos que comunicaram o fato à polícia, algumas horas depois da execução.
No decorrer das investigações, que ganharam novos rumos no dia 13 de setembro, a polícia descobriu que uma quantia substancial de dinheiro havia sido retirada da conta bancária da vítima após sua morte. Este novo elemento contribuiu ao caso, aumentando a urgência em identificar os responsáveis por esse ato.
Em trabalho conjunto da SIG com o serviço de inteligência policial de Nova Andradina, o suspeito masculino, de 22 anos, foi localizado em uma rodovia que conecta a cidade ao município de Taquarussu. Durante a entrevista, o suspeito confessou sua participação no crime e forneceu maiores informações à investigação.
A busca pela mulher suspeita, de 31 anos, levou os investigadores até um posto de combustível na cidade de Taquarussu, onde ela foi detida. Durante sua entrevista, ela também confessou sua participação no crime e na subsequente movimentação financeira da conta da vítima.
Ambos os suspeitos confessaram a prática delituosa, mas também a manipulação das câmeras de segurança da residência da vítima, do DVR e do celular da vítima. Essas ações tinham como objetivo dificultar a identificação da autoria.
A equipe de investigadores conseguiu recuperar grande parte desses objetos, que estavam dispersos na mata às margens da rodovia que liga Nova Andradina ao Distrito de Nova Casa Verde, a 60 km do centro da cidade.
Os autores foram conduzidos à Delegacia de Polícia de Nova Andradina a fim de que sejam tomadas as medidas legais cabíveis. O avanço nas investigações e as confissões dos envolvidos são passos significativos para a resolução deste crime e a entrega de justiça à família da vítima.
A PC continua trabalhando diligentemente para reunir todas as evidências necessárias e completar o procedimento de polícia judiciária.
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