Publicado em 01/06/2020 às 16:24, Atualizado em 01/06/2020 às 20:48
O retorno dos parlamentares foi marcado por discursos quentes e trocas de acusações
Os três vereadores de Batayporã que cumpriram quarentena determinada pela Secretaria de Saúde, após terem viajado com o intuito de participar de um congresso em Foz do Iguaçu (PR), voltaram à sessão ordinária na manhã desta-segunda-feira (01).
Cícero Humberto Leite, Cabo Máximo e Nivaldo Ferreira, todos do MDB, além do servidor da Câmara Municipal, Vinicius Duarte Enz, viajaram no dia 19 de maio e estiveram participando de um congresso em plena pandemia do novo coronavírus (Covid-19), fato este que gerou repercussão negativa, tanto nas redes sociais, quanto nas rodas de conversas da cidade de Batayporã.
Na ocasião, logo após tomar conhecimento dos fatos, a secretária de Saúde Marcela Leite afirmou à reportagem que os vereadores e o servidor cumpririam quarentena obrigatória. “Vamos cumprir o protocolo, falei com eles e vão ficar sete dias em isolamento, caso apresentem sintomas, ficarão 14, de acordo com o estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde.” Conforme o apurado pelo Nova News, os envolvidos não apresentaram sintomas da doença e cumpriram quarentena de apenas sete dias.
Sessão quente
Na sessão desta segunda-feira (01), o tema voltou quente entre os parlamentares envolvidos no imbróglio. Ainda na sessão do último dia 25 de maio, o vereador Germino Roz (PSDB), sugeriu que os parlamentares devolvessem os valores gastos durante a viagem aos cofres públicos, sugestão esta que teria irritado os vereadores, principalmente o presidente da casa, Cícero Leite e o atual secretário da mesa diretora, vereador Nivaldo Ferreira.
Ataque
Ao usar a tribuna, ainda nesta segunda, Ferreira partiu para o ataque acusando parlamentares de falsidade e de incitar a população contra os vereadores envolvidos no caso, pois alguns, segundo ele, teriam ligado no hotel, onde supostamente teria sido realizado o congresso, para confirmar informações.
“Falsos, mentirosos, usam essa tribuna para incitar a população contra a gente”, disparou o vereador. Por sua vez, o vereador Germino Roz usou seu direito de réplica. “Eu não tenho medo de usar essa tribuna e falar o que eu tiver que falar, seja de quem for. Agora a interpretação fica a cargo de cada um dos senhores”, disse. Roz finalizou afirmando que levou a questão da viagem para ser debatida na tribuna da casa por ter sido muito cobrado pela população em relação ao caso.
Na mesma linha de Nivaldo Ferreira, o atual presidente da casa vereador Cícero Leite, que também participou da viagem, partiu para o ataque.
O presidente tratou o caso abordado pelo vereador Germino, referindo-se ao congresso em Foz do Iguaçu, como uma “Lambança”. Para o presidente, ter abordado o tema na sessão anterior foi “papel de moleque”. Sem citar nomes, Leite acusou vereadores de jogar o povo contra ele.
Com a fala mais amena, o vereador Cabo Máximo, outro participante do congresso, foi cauteloso. O parlamentar disse que o momento era de todos estarem unidos e zelando pelo nome da instituição. Máximo se referiu à fala do vereador Germino Roz no tocante da cobrança da população, que segundo ele, tem sofrido pelas mazelas de administrações anteriores.
O vereador pontuou que as ‘mazelas do passado’, trouxeram 'heranças malditas'. Em uma fala de pouco mais de seis minutos, o vereador foi pouco incisivo sobre o tema “Foz do Iguaçu”.
De acordo com informações apuradas ainda na manhã desta segunda (01), a promotora de Justiça da Comarca de Batayporã, Bianka Machado Arruda Mendes, irá instaurar através do Ministério Público Estadual (MPMS), um procedimento para averiguar se as diárias de aproximadamente de R$ 16 mil foram pagas de maneira legal aos vereadores. Caso seja constatada alguma irregularidade, os parlamentares terão que devolver os recursos aos cofres públicos.