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“A CPI, a política e o povo,” por Elizeu Gonçalves Muchon

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Imagem: Divulgação

A política faz parte da organização da sociedade, portanto é preciso conhecer seu real significado. Como diz o ditado “não é a arma que é acusada de assassinato, mas a mão que o manejou”.

Logo, a política é um instrumento fundamental para a organização e o sucesso coletivo, quando, obviamente conduzida por políticos qualificados e honestos.

O atual momento do Brasil é de difícil compreensão em alguns aspectos. O Judiciário, por exemplo, anula processos que até mesmo juristas renomados tem dificuldades de compreender, quem dirá o cidadão comum.

A pandemia é outro enigma, conduzida sob o condão do desentendimento entre os entes federados, por consequência de interpretações do Judiciário, agravado pela falta de sentimento de coletividade, quando autoridades municipais, estaduais e federais não se entendem, justamente pela falta de protocolos claros que deem direção as ações práticas.

Então surge a CPI, como oráculo da verdade e da salvação da Pátria. É óbvio que a CPI está tendo um efeito positivo, pois, assim que instalada promoveu uma pressão política sobre o Presidente da República, levando-o a trocar o Ministro da Saúde. Também é óbvio que o novo Ministro Marcelo Queiroga modificou as estratégias, sobretudo na aquisição de vacinas que é o que interessa nesse momento. Outras ações estratégicas foram implantadas no Ministério e por esta razão os problemas estão sendo mitigados.

Esse é o ponto positivo da CPI, que em tese fez o Governo tirar o pé do Chão. No entanto, Senadores tem feito da CPI um palco de antecipação das eleições, não só para Presidente da República, mas também para os Governos Estaduais e os demais cargos que serão disputados em 2022.

Por outro lado, sabe-se que Estados e Municípios receberam recursos do Governo Federal para combater o vírus chinês. Nesse caso, não acredito muito que a CPI vai investigar a fundo, com exceção do Amazonas e outros poucos. Resta então esperar que as Assembleias Legislativas, (como fez o Rio de Janeiro) e Câmaras Municipais, fação a lição de casa.

Ao final, a CPI vai gerar um relatório que será enviado ao Ministério Público, aí, longos e arrastados processos se iniciarão, ou não, na Justiça Brasileira, que é lenta, com viés alfarrábio sob o manto da Suprema Corte, que por sua vez muda constantemente seu entendimento sobre a Constituição Federal, da qual é guardiã.

Por fim. A boa política é necessária. A CPI pode ajudar, mas não esperem que um relatório final possa punir alguém. O povo. Bom, o povo espera vacina, espera a retomada da economia, espera que o Presidente possa governar e deixar as eleições para o momento das eleições.

Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista.

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