Publicado em 28/01/2022 às 16:24, Atualizado em 28/01/2022 às 20:27
Não raro, um jogador de futebol, reserva em seu clube, acaba sendo convocado para a seleção de seu País.
Na política, às vezes acontece coisa parecida.
O caso da Senadora Simone, representante do MS no Senado Federal é um desses exemplos.
O mandato da Senadora está terminando. Não dá para deixar de reconhecer o talento de Simone, que seguiu os passos do pai Ramez Tebet. Ela foi Dep. Estadual, Prefeita de Três Lagoas, Vice-Governadora e Senadora. Talentosa, inteligente e boa oradora. Entretanto, abandonou suas bases políticas e hoje teria muitas dificuldades para se reeleger ao Senado, conforme pesquisas.
Por outro lado, com sua habilidade e senso oportunista, se destacou na CPI da Covid e em outros debates nacional.
Mesmo assim, no Estado(MS), pode se dizer que ela está como “aquele jogador” reserva em seu clube. Desacreditada em sua base, porém, relativamente reconhecida no macro sistema político.
Vale lembrar que o MDB abriga muitas das “raposas felpudas” da política brasileira. Ter um candidato(a) a presidente da República pode ser um bom negócio para facilitar a eleição da bancada Federal do MDB. “Pode”, pois isso está sendo avaliado pelos caciques. Nessa hipótese, Simone seria o nome para ocupar esse posto, já que ela não tem nada a perder.
É um viés incerto, na esteira do qual muita coisa pode acontecer. A própria Simone já deixou seus patrícios na mão, quando na eleição passada, abandonou sua candidatura ao Governo do Estado, deixando Júnior Mochi com o abacaxi. Foi ali, inclusive, que começou a derreter sua possibilidade de continuar com a vaga no Senado.
Atualmente, o próprio Júnior Mochi presidente do diretório MS do MDB, acredita que Simone pode surpreender nesse cenário de polarização entre Lula e Bolsonaro.
Aliás, Lula, condenado em três instâncias da justiça, mas presenteado pelo STF que anulou seus processos por “questões técnicas”, voltou com força ao senário político. Voltou a se alto declarar a alma mais honesta do Brasil. Um oráculo da verdade, suprassumo da salvação de um País assolado pela corrupção orquestrada por ele e seus discípulos.
Por outro lado, Bolsonaro patina. A economia não anda. A pandemia arruinou a vida de muita gente, inclusive a dele com seu negacionismo, misturou-se ao “centrão”, não conseguiu aprovar suas pautas conservadoras esperadas por uma parcela significativa da sociedade e afundou a diplomacia brasileira, entre outras coisas.
Lula é forte e Bolsonaro também, mas há uma parcela muito grande da sociedade que não se alinha a nenhum.
Por exemplo, se nas eleições passadas para presidente, a maioria dos candidatos adotaram como mote de campanha programas anticorrupção, desta vez, a depender dos dois melhores pontuados nas pesquisas até aqui, a assunto será evitado. Um foi chafurdado pela corrupção, o outro, eleito para combater, não aprovou sequer uma virgula nas reformas inerentes ao tema.
Resta aos novatos, postulantes de uma terceira via até então desidratada pela falta de consenso entre as lideranças e a falta de maturidade política, para juntos construírem uma alternativa viável, coisa, que, evidentemente não vai acontecer.
A esses novatos, caberão, todavia, a responsabilidade de tentar mostrar um programa de Governo que contemple de fato, uma possibilidade de recuperar a economia, em salvar a educação brasileiro que se encontra (em todos os níveis) destruída e em calamidade, humanizar o sistema de saúde, impulsionar a indústria brasileira, continuar os investimentos no agronegócio sem esquecer da agricultura familiar, aprovar as reformas, em especial a tributária, mãe de todas as outras em busca de uma tributação justa sem penalizar o já esfolado assalariado, a segurança pública e toda as ações de incentivos e segurança jurídica que possa levar ao crescimento do país por meio da geração de empregos.
É óbvio que os que estão à frente nas pesquisas nesse momento, optarão por frases de efeito, com populismos mágicos, efêmeros e genéricos, por uma campanha orquestrada por marqueteiros que mostrarão um mundo lindo cheio de coisas boas que eles vão proporcionar a todos, tipo terra prometida, onde jorra leite e mel.
Contudo, AINDA NÃO ESTÁ CONSUMADO. Primeiro é preciso ter as eleições. Ninguém ganha na véspera, embora o Partido do primeiro colocado nas pesquisas já está escolhendo ministros e até estudam formas para escolher o novo Procurador Geral da República, ou seja, já estão dando como favas contadas a vitória nas urnas, nada porém está definido, pois o que se vê no momento é um cenário eleitoral ainda em formação, sobretudo nos Estados, em ritmo especulativo sob a tutela dos caciques que movimentam as pedras do xadrez, tentando ciscar pra dentro sob o manto do pragmatismo , com regras do vale tudo para garantir o poder. É esperar pra ver, mas sempre ouvi que cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém.
Tenho visto e ouvido coisas nesta pré-campanha que é de “corar frade de pedra”
Elizeu Gonçalves Muchon