Publicado em 15/11/2020 às 07:00, Atualizado em 16/11/2020 às 12:19
O dólar é a moeda mais forte do mundo e está na base de todas as relações comerciais estabelecidas entre os diversos países do globo. Seu comportamento rege todas as negociações do mercado financeiro desde o século passado.
O sobe e desce das cotações do dólar comercial e do dólar turismo impacta diretamente não só nas grandes empresas de capital aberto como na vida das pessoas do mundo todo.
No Brasil, essas oscilações têm relação direta com a compra de celulares até itens de necessidade básica como o pão. Quase tudo o que consumimos atualmente no país está atrelado à moeda americana. Cada vez que ela está em alta, o real se desvaloriza e o resultado se vê nas prateleiras dos supermercados, na padaria e nas vitrines.
Cotação do dólar: o que isso significa?
A palavra cotação aprece com frequência nos noticiários de economia quando tratam das oscilações do dólar, mas nem sempre seu conceito é apresentado de forma simples e objetiva. Cotação nada mais é do que a fixação do preço de alguma coisa no mercado. No caso do dólar, significa o valor que é cobrado por ele nas diferentes economias mundiais.
Esse valor depende de uma série de questões como cenário político, condição da economia do país, possíveis tensões diplomáticas entre nações e outros fatores. Mas o que define mesmo a cotação do dólar é a lei da oferta e da procura, assim como acontece com toda e qualquer relação comercial. Quanto mais dólares no mercado brasileiro, menor o seu preço e vice-versa.
Isso explica o porquê de a moeda americana estar supervalorizada desde que a pandemia começou, afastando os investidores estrangeiros do país.
Câmbio comercial
O câmbio comercial é o responsável pelo aumento do preço que vemos nas prateleiras em momentos de crise. É dele que falamos para explicar a alta dos preços porque esse é o câmbio usado para balizar as relações comerciais.
O dólar comercial é aquele utilizado para exportações, importações, compra e venda de mercadorias e negociação de serviços por parte das empresas. Devido à sua segurança, é o ativo mais procurado quando algum fator externo ameaça a economia. Isso explica porque em momentos de crise no Brasil seu valor sobe consideravelmente.
Embora seja uma movimentação espontânea do mercado, o Banco Central pode interferir caso avalie uma valorização ou desvalorização acentuada da moeda no mercado nacional.
Por não agregar margem de lucro, seu valor é sempre menor do que o dólar turismo.
Dólar turismo
Quem está acostumado a viajar ao exterior ou fazer compras em sites internacionais já deve ter percebido que há uma diferença entre o valor anunciado diariamente pelo Banco Central e aquele cobrado em casas de câmbio para fins turísticos.
Isso acontece porque sites de compra e casas de câmbio utilizam a cotação turismo para estabelecer os preços cobrados para bancar os custos de viagens ao exterior ou realizar compras em sites internacionais.
Essa é a cotação utilizada para compras realizadas por pessoas físicas, transações no exterior feitas com cartão de crédito ou compra de papel moeda.
O dólar turismo foi criado na década de 1990 para frear a intensa movimentação no mercado paralelo em resposta ao bloqueio dos investimentos da poupança adotado pelo governo Collor. Àquela época a compra de dólar de forma extrajudicial foi o refúgio encontrado pelos investidores brasileiros para proteger o seu patrimônio.
E para que o Banco Central pudesse ser mais efetivo na fiscalização da compra e da venda do dólar, foram criadas as divisões do ativo em comercial e turismo no Brasil.
A principal diferença entre elas é que a cotação turismo só pode ser feitas por pessoas físicas, ou seja, a negociação não é judicial. E isso faz com que a moeda americana fique mais cara quando negociada para fins de turismo. Quando operada no câmbio turismo, o valor da moeda é acrescido de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), custos de transporte, seguro e outras taxas.