A BNCC (base nacional comum curricular), estabelece que a alfabetização no Brasil, seja prioridade nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, para que as crianças se apropriem do sistema de escrita.
Em outras palavras, nos dois primeiros anos de ensino as crianças precisam aprender a ler e escrever.
Todavia, estamos longe disso. Segundo levantamento feito pela “Todos pela Educação”, o número de crianças que não sabem ler e escrever cresceu 66,03% entre crianças de 6 e 7 a anos.
Ao não adquirir esse conhecimento e habilidade nessa idade, evidentemente o problema se arrasta, os efeitos negativos são graves, profundos e imensuráveis.
O país tem pela frente um enorme desafio a ser compartilhado entre Municípios, Estados e União. Além do que, a participação das famílias são de extrema importância para solucionar esse problema.
É sabido que a pandemia agravou o problema, porém, a deficiência no sistema de ensino brasileiro, com raras exceções, vem de longa data, tem origem no ensino básico e se espalha aos cursos de graduação.
O nível baixíssimo do ensino brasileiro, ocorre na combinação de vários fatores, como: métodos de ensino, filosofias de trabalho, ideologias, má gestão, falta de prioridade do Governo Central, falta de participação efetiva das famílias no processo de ensino, má formação de profissionais, neomodernismo que não está funcionando, falta de segurança que gera agressões a professores, falta do uso da tecnologia, falta de disciplina, inversão de valores, não cumprimento do calendário escolar, deficiência e equívocos no sistema de avaliação e uma infinidade de problemas que tem levado ao caos, chegando ao ponte de ter alunos no quinto e sexto ano que não conseguem formar frases e/ou interpretar coisas simples.
No Ensino Básico como um todo, a ordem é não reprovar, com a justificativa de evitar a evasão escolar. Assim, o problema em um ano escolar, continua sendo problema no ano seguinte e assim vai. Esses alunos, acabam ingressando em cursos de graduação, que por sua vez – salvo exceções – funcionam, ou sem autorização ou sem fiscalização por parte do MEC. Cursos práticos ministrados de forma remota, sem estágios supervisionados e outros absurdos que colocam no mercado de trabalho profissionais que não conseguem exercer suas profissões, acabando na bilateralidade da profissão.
Por exemplo, a Fundação Getúlio Vargas divulgou dados na Folha de São Paulo, mostrado que em cada dez instituições que oferecem o Curso de Direito no País, NOVE APROVAM MENOS de 30% de seus alunos no exame da Ordem dos Advogados.
Esse exame da Ordem, serve para mensurar o conhecimento mínimo do profissional para que ele possa exercer suas funções. Fica a pergunta. E quanto as demais profissões que não tem esse exame?
Por derradeiro, fica bem claro que as deficiências no Ensino Básico, persegue o aluno nos cursos de graduação. O ser humano tem fases específicas de fertilidade de aprendizagem em seu sistema cognitivo. O que se aprende com facilidade em determinada fase da vida, necessitar-se-á de largo esforço para aprender em outro momento.
É muito baixa as notas no ENEN. É muito baixa a aprovação em concursos público, (o último concurso público para professores da rede estadual no MS, quase ninguém conseguiu ser aprovado). É muito alta a recusa de profissionais graduados nas empresas mais exigentes.
Isso tudo leva a um grande prejuízo e frustação para as pessoas, bem como leva o país ao subdesenvolvimento, vivendo da venda de matérias primas e importando tecnologia.
Qual a proposta dos pré-candidatos a Presidente da República para sanar esse problema? Qual a ideia dos futuros Deputados e Senadores para essa questão?
Elizeu Gonçalves Muchon – [email protected]
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