Publicado em 27/03/2025 às 07:53, Atualizado em 27/03/2025 às 12:51
A educação das nossas crianças está a beira de um colapso. Mas, claro, a culpa quase nunca recai sobre os pais. A escola não ensina direito, o governo não investe o suficiente, a sociedade é opressora, a internet corrompe e o universo conspira contra. Só que ninguém se pergunta: e dentro de casa, como anda a educação?
O que temos hoje é uma geração de pais que abriram mão do básico: educar. Muitos acham que dar comida, roupa e um celular de última geração já os credencia como excelentes responsáveis. Autoridade? Não pode! Isso pode "traumatizar" a criança. Melhor deixar que a escola ou a televisão ensinem o que é certo e errado. O problema é que essas instituições jamais substituirão o papel da família na formação do caráter e dos valores morais. E o resultado dessa negligência? Crianças sem limites, jovens rebeldes e adultos inseguros e irresponsáveis.
Mas a coisa fica ainda mais curiosa. Esses pais, que nunca disseram um "não" em casa, são os primeiros a culpar o Estado quando os filhos se tornam delinquentes ou fracassam na vida. "Foi o governo que falhou!" – gritam, enquanto se esquecem de que foram eles mesmos que terceirizaram a criação dos filhos para tablets e professores sobrecarregados. Criamos uma cultura de vitimismo, onde a culpa é sempre da escola, do governo, da mídia ou de alguma força maligna invisível – qualquer coisa, menos da falta de pulso dentro de casa.
E não para por aí! Muitos pais exigem que a escola ensine valores, mas dentro de casa dão péssimos exemplos. Mentem, gritam, desrespeitam uns aos outros e ignoram suas próprias obrigações. Depois se espantam quando seus filhos fazem o mesmo. Afinal, quem diria que as crianças aprendem muito mais com atitudes do que com discursos vazios?
A verdade é simples: se quisermos uma sociedade mais equilibrada, a mudança começa no lar. Pais precisam parar de agir como se fossem melhores amigos dos filhos e assumir seu papel de educadores. Impor limites não traumatiza ninguém; pelo contrário, constrói adultos responsáveis e de caráter. A escola pode complementar o aprendizado, mas jamais substituirá a base familiar.
Então, antes de culpar o mundo pelos problemas das novas gerações, talvez seja o caso de olhar para dentro de casa e se perguntar: estou realmente educando meu filho ou só terceirizando essa missão para quem aparecer?