Publicado em 07/03/2022 às 08:15, Atualizado em 07/03/2022 às 12:16

"Janela partidária", por Elizeu Gonçalves Muchon

Elizeu Gonçalves Muchon,
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Imagem: Arquivo Pessoal

Em meio ao clima de guerra entre Rússia e Ucrânia e a resiliência de Vladimir Putin em cessar essa invasão absurda, que, evidentemente trará consequências econômicas ao Brasil, nossos políticos estão focados no período pré-eleitoral e mais especificamente na “janela eleitoral”.

Está aberta a temporada de troca-troca de partidos. A chamada janela eleitoral permite que os parlamentares mudem de legenda, o que sem isso implicaria em infidelidade partidária.

Com essa permissão, é esperado uma enxurrada de troca de partidos por conta dos interesses individuais para construírem suas estratégias eleitorais.

Se por um lado os parlamentares têm a liberdade de mudar de partido até 01/04, por outro lado, a tal Federação Partidária que só se encerra em 31 de maio, está tirando o sono de lideranças regionais, que terão que aceitar e cumprir as decisões tomadas pelos Diretórios Nacionais de cada Partido. Além do que, terá que permanecer por no mínimo quatro anos. Trata-se de “um novo tipo” de coligação partidária que tem desagradado muitas lideranças nos estados, onde as disputas são mais acirradas e as rivalidades irreversíveis em alguns casos.

Aqui no Mato Grosso do Sul por exemplo, pelo menos oito pré-candidatos ao Governo do Estado já se manifestaram. Cenário, que poderá ser alterado com a Federação Partidária, caso seja concretizada à guisa dos comentários presente nos bastidores. Isso significa que alguém terá que abrir mão de seus planos.

É algo que sucinta os grupos. Reduz o número de candidatos. Aquece as especulações e esquenta os bastidores que respiram de forma antecipada o clima das eleições.

Seja como for, penso que esta será uma eleição muito complicada, ante ao festival de populismo que é o mote dos principais candidatos, sobretudo a Presidente da República. Projetos e programas de Governo ficarão em segundo plano.

A Janela partidária e o intenso troca-troca de partido demostram com toda obviedade que os partidos políticos no Brasil, não passam de exigências da lei para alguém ser candidato. Não há comprometimento, tampouco amarras programáticas, o que há são interesses, estratégias, fisiologismo e conveniência.

Elizeu Gonçalves Muchon – [email protected]