Publicado em 07/05/2021 às 20:35, Atualizado em 07/05/2021 às 23:54

Mês da Mães: Quatro gerações unidas pelo amor e pela cumplicidade

Bisavó, avó, neta e bisneta, todas residentes em Nova Andradina, são as personagens entrevistadas pelo Nova News

Acácio Gomes, Redação Nova News
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Mansueta, Edna, Érika e Ana Carolina são quatro gerações da mesma família que preservam o amor, a união e a cumplicidade - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

Neste mês de maio, dedicado a todas as Mães, cujo dia é celebrado domingo (09), o Nova News decidiu contar um pouquinho da história de quatro gerações da mesma família de Nova Andradina: Mansueta da Silva Rocha, de 79 anos (bisavó), Edna Gomes da Rocha, de 61 anos (avó), Érika da Rocha Dantas Maniçoba, de 35 anos (neta) e Ana Carolina Maniçoba Guazina, de 14 anos (bisneta).

Essas quatro gerações são exemplos de união e cumplicidade que atravessam o tempo, desde uma época sem recursos em que as crianças nasciam pelas mãos de parteiras em fazendas até os dias atuais com todo a avanço da tecnologia em seus mais variados aspectos.

A bisavó

Mansueta, que é natural de um vilarejo conhecido como Campanário, na região de Ponta Porã, é a matriarca dessa família. Ela, que é viúva há 20 anos, encontra na filha, na neta e na bisneta a razão para viver e ser feliz.

Ela, que foi alfabetizada pelo antigo sistema de ensino Mobral, conta que quando foi mãe de Edna, por volta do ano de 1960, morava na Fazenda Primavera, em Batayporã.

“Naquele tempo era tudo diferente. Não tinha recurso nenhum. Não tinha hospital na região. Não existia esse negócio de acompanhamento médico, de pré-natal. Havia uma farmácia na fazenda e o farmacêutico era quem cuidava da saúde do povo. Tanto Edna quanto minha outra filha vieram ao mundo pelas mãos de uma parteira lá mesmo na fazenda”, conta ela.

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Mansueta da Silva Rocha, de 79 anos - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

Apesar as dificuldades de um tempo em que não havia os recursos disponíveis atualmente, Mansueta afirma que aquela foi uma época muito boa e que ser mãe, avó e bisavó, para ela, é um tesouro muito valioso.

Agora, em 2021, ainda desfrutando de muita saúde e disposição, Mansueta é uma pessoa ativa, inclusive sendo frequentadora assídua do Projeto Conviver em Nova Andradina, onde gosta de interagir com as pessoas, brincar e participar de todas as atividades que, no momento, estão interrompidas devido à pandemia de Covid-19.

“Já tomei as duas doses da vacina e estou me cuidando bastante. Não vejo a hora disso tudo passar para que eu possa voltar às minhas atividades. Espero ter ainda muito anos de vida pela frente para curtir junto com minha família e amigos”, diz ela.

A avó

Edna, de 61 anos, filha de Mansueta, por sua vez, é mãe de duas mulheres e um homem. Ela conta que na sua época, já havia hospital na região, a antiga Santa Casa de Nova Andradina.

“As coisas também eram diferentes do que a gente conhece hoje em dia, mas no meu tempo de gestante e de mãe, por exemplo, quando dei à luz à Érika, em 1985, já era possível ter um acompanhamento médico”, explica.

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Edna Gomes da Rocha, de 61 anos - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

Nas palavras de Edna, é algo que não tem preço ter a mãe dela viva e com saúde e, ao mesmo tempo ser mãe e avó. “É muito bom ser filha, ser mãe e ser avó, ainda mais assim, quando todos estão presentes e a família é unida. Nós representamos quatro gerações. Imagina quantas histórias, quantos momentos e experiências podemos compartilhar entre nós”, explica.

Cheia de vontade de viver, Edna, que não teve muitas oportunidades em sua juventude, conseguiu, em 2018, realizar um antigo sonho, ao se formar em Direito. “Sem dúvida, a união e o apoio da família são fundamentais”, garante.

A neta

Érika, de 36 anos, filha de Edna e neta de Mansueta, afirma que sua família ocupa um lugar especial em seu coração e que a união entre essas quatro gerações é muito importante. “Eu cheguei a morar um tempo em Campo Grande, mas a saudade era demais, motivo pelo qual decidi voltar a Nova Andradina. Voltei por causa delas”, afirma.

Nas palavras de Érika, ter sua mãe Edna e sua avó Mansueta ao seu lado é uma experiência muito valiosa para ela, que também é mãe, no caso, de três meninas.

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Érika da Rocha Dantas Maniçoba, de 35 anos - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

“Quando eu dei à luz a minha mais velha, a Ana Carolina, de 14 anos, eu morava em Campo Grande, então fui muito bem atendida com relação à assistência pré-natal e também no pós-parto, porém, enfrentei algumas turbulências e incertezas em outros aspectos da vida à medida em que estava em processo de separação do meu primeiro companheiro, mas tudo foi superado e consegui vencer”, afirma ela, que atualmente é casada.

Érika afirma que vê em sua mãe e em sua avó exemplos de mulheres com valores morais e éticos que ela, por sua vez, transmite às suas filhas. “Sabemos que os tempos hoje são outros, mas as lutas e as vitórias da minha mãe e da minha avó são tesouros que fazemos questão de preservar. Se hoje estamos aqui, devemos isso a elas”, pontua.

No campo de suas realizações, além de ser mãe, Érika afirma que na área profissional cursou Fonoaudiologia e atualmente está concluindo o curso de Pedagogia. “Elas me inspiram sempre a lutar e vencer”, finaliza.

A bisneta

Ana Carolina, de 14 anos, filha de Érika, neta de Edna e bisneta de Mansueta, qualifica como uma oportunidade incrível poder conviver com sua mãe, sua avó e sua bisavó.

“É algo que, de certa forma, chama a atenção, pois, a maioria das minhas amigas não tem mais a presença da bisavó e, para mim, vê-la assim com total saúde e disposição é simplesmente muito bom”, afirma.

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Ana Carolina Maniçoba Guazina, de 14 anos - Imagem: Acácio Gomes / Nova News

Questionada sobre o possível desejo em um dia ser mãe também, Ana Carolina afirma que ainda é cedo para pensar nisso. A adolescente diz que, por enquanto quer focar nos estudos para realizar seu sonho de tornar advogada, a exemplo da avó Edna e também de outros membros da família que escolheram o Direito como área de atuação.

“Tê-las ao meu lado, trocar experiências com elas que foram mães em épocas distintas e enfrentaram desafios diferentes, cada uma a seu modo, é uma riqueza muito grande para mim, é uma bagagem intelectual que, com certeza, vou carregar com muito amor por toda a minha vida”, conclui Ana Carolina.

Mensagem

Mansueta, Edna e Érika aproveitaram a oportunidade para dizerem às famílias de Nova Andradina e região que é preciso ter união e amor. “Seja em qualquer época, em qualquer tempo e enfrentando qualquer obstáculo, o dom de ser mãe, seja biológica, adotiva ou de criação é uma graça muito grande. Valorizem isso e que os filhos também possam amar suas mães de todo o coração”, finaliza a matriarca.

Família troca experiências vive em clima de harmonia, celebrando a vida a cada dia - Imagens: Acácio Gomes / Nova News 

O Dia das Mães*

O Dia das Mães é uma celebração que surgiu nos Estados Unidos, sendo fundada por Anna Jarvis, filha da ativista Ann Jarvis. Ele foi criado por Anna como uma forma de homenagear sua mãe, falecida em 1905. Sua criação oficial aconteceu em 1914, por meio do presidente norte-americano Woodrow Wilson.

No Brasil, a comemoração do Dia das Mães chegou por meio da Associação Cristã de Moços, em 1918, mas só foi oficializada no governo do presidente Getúlio Vargas, em 1932. Desde então, por aqui, a data é comemorada no segundo domingo de maio. (*Com informações do Mundo Educação do Portal UOL e do Portal da Família / Prevenção à Covid-19: A entrevista foi realizada nas dependências do Projeto Conviver de Nova Andradina, espaço amplo, para que pudesse ser mantido o devido distanciamento entre a equipe do Nova News e as personagens da reportagem. No momento da coleta das informações todos faziam uso de máscaras de proteção. O item só foi retirado no momento das fotos, uma vez que as entrevistadas são da mesma família e já mantém contato em si diariamente).

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