O Brasil expõe suas vísceras e suas fragilidades institucionais ao enfrentar a Pandemia da COVID – 19. Um caos, uma lamentável confusão.
Enquanto outros Países tomam medidas sanitárias sérias e contundentes, inclusive e principalmente no sentido de garantir a disponibilidade de uma vacina, o que se ouve por aqui são frases toscas como: “máscara é uma bobagem”. “Pessoas podem se aglomerar”. “Temos que ser corajosos”. “Deixem de ser maricas”... E outras bizarrices nada adequadas ou produtivas para combater uma doença que vem matando milhares de pessoas.
Como se sabe, outros Países já começaram a vacinar sua população, enquanto o Brasil sequer tem um plano nacional de vacinação e muito menos garantia de acesso a uma vacina.
O Presidente Bolsonaro, em vez de unir o País em prol do combate a COVID – 19, promove desentendimentos com os Governadores, em especial com João Dória de São Paulo.
Dória já anunciou um plano Estadual de vacinação. Isso irritou o Presidente porque o Ministério da Saúde, por sua vez não tem esse plano.
Claramente, criou-se uma disputa política, um perigoso jogo de poder, sendo que as peças deste tabuleiro somos nós, serem humanos à mercê da sorte.
Quanto as vacinas, duas estão sendo produzidas no Brasil, na Fiocruz e no Butantã. Mas quando que a ANVISA vai autorização a distribuição? Quem vai comprar? Como e quando vai ser disponibilizada? Eis o X da questão.
Não bastando essas incertezas, o rastro da COVID – 19 é devastador na econômica com milhares de pessoas desempregadas. O custo de vida está nas alturas. Os produtos da cesta básica estão quase inacessíveis a boa parte da população, que por sua vez se apega ao ovo como fonte de proteína. Para piorar, o Governo já anunciou o fim do auxílio emergencial.
É o que temos para o final do ano. Uma realidade nua e crua, com fortes sentimentos de incerteza, com uma espécie de melancolia pairando no ar e com lágrimas no rosto das famílias que foram até aqui vítimas do maldito vírus chinês.
Elizeu Gonçalves Muchon – Professor e Jornalista.
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